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SEM PRIVATIZAÇÃO – Portaria sobre hospital João Paulo II causa dúvidas sobre terceirização

O secretário de Saúde, Jefferson Rocha, tentou acalmar os ânimos afirmando que não há previsão de terceirização ou privatização do hospital
O Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO) se manifestou contra a possível terceirização, classificando a medida como preocupante

A possível privatização do Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II, em Porto Velho, gerou intensos debates nas redes sociais e mobilizou sindicatos e entidades da saúde no estado de Rondônia. A polêmica teve início após a publicação de uma portaria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) que sinaliza mudanças na gestão hospitalar, levantando questionamentos sobre uma possível terceirização dos serviços.

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O secretário de Saúde, Jefferson Rocha, tentou acalmar os ânimos afirmando que não há previsão de terceirização ou privatização do hospital. Segundo ele, o atendimento seguirá sendo realizado de forma 100% pública, via Sistema Único de Saúde (SUS).

“A porta de entrada continua SUS, o serviço continua SUS, não vai terceirizar, não vai privatizar”, declarou o secretário.

A movimentação do governo acontece meses após o cancelamento do contrato de construção do Hospital de Urgência e Emergência (Heuro), obra aguardada há quase 14 anos e vista como a solução definitiva para a superlotação do João Paulo II. De acordo com o governo, a empresa responsável pelo projeto não conseguiu manter o ritmo das obras, levando ao encerramento do contrato.

Como alternativa, o Executivo estadual passou a estudar a compra de um hospital já pronto, que possa suprir a demanda que seria absorvida pelo Heuro. No entanto, a publicação da nova portaria, associada à falta de informações claras e participação popular, provocou reações negativas.

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Sindicatos e entidades protestam

O Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO) se manifestou contra a possível terceirização, classificando a medida como preocupante. O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinderon) também se posicionou, alegando falta de diálogo e transparência por parte do governo.

“Sem estudo prévio, sem contato, sem a população ficar sabendo de nada. Não houve audiência pública, nós não tivemos contato com os órgãos de controle”, afirmou o vice-presidente do Sinderon.

O Sindicato Médico de Rondônia (Simeron) também se mostrou apreensivo com a medida. Segundo a entidade, qualquer mudança na gestão hospitalar precisa ser planejada com cuidado e com a participação dos profissionais da saúde que atuam na linha de frente.

Modernização e agilidade

Em resposta às críticas, Jefferson Rocha argumentou que a nova portaria busca modernizar a gestão hospitalar e agilizar contratações, especialmente diante da escassez de profissionais em áreas críticas, como o setor de traumas do João Paulo II.

“A saúde precisa de agilidade. Não podemos ficar engessados por uma administração burocrática”, destacou.

O secretário também revelou que o Estado já vem se preparando há cerca de dois anos para promover mudanças estruturais na saúde, inclusive avaliando modelos de parcerias público-privadas (PPP). Para isso, uma comissão de especialistas foi montada com a missão de estudar experiências bem-sucedidas fora de Rondônia e propor soluções compatíveis com a realidade local.

Apesar das explicações, o tema segue sendo acompanhado de perto por sindicatos, conselhos e pela população, que exigem mais transparência, diálogo e participação nas decisões que envolvem o futuro da saúde pública no estado.