O ex-presidente Jair Bolsonaro foi ordenado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a entregar seu passaporte em 24 horas, como parte de uma investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder, apesar de sua derrota nas eleições de 2022.
A operação, que teve desdobramentos nesta quinta-feira (8), também resultou na proibição de Bolsonaro de fazer contato com os aliados alvos da investigação. Entre esses aliados estão os generais Braga Netto e Augusto Heleno, bem como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Ex-assessores de Bolsonaro, como Filipe Martins e Marcelo Câmara, foram presos.
A ação coordenada pelo STF visa investigar uma série de atividades relacionadas à disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, que supostamente visavam a legitimar uma intervenção militar. Dividindo-se em dois eixos, o grupo investigado propagava informações falsas sobre a suposta vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação e realizava atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito.
Além das medidas contra Bolsonaro e seus aliados civis, foram cumpridos mandados contra militares, incluindo prisões preventivas e medidas cautelares. O Exército foi convocado para acompanhar a operação, que abrangeu 10 unidades da federação.
As investigações, baseadas em delações e outras apurações, indicam que as condutas do grupo podem ser caracterizadas como crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
No total, 16 militares estão entre os alvos da operação, incluindo membros das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”. A operação marca mais um capítulo tenso na turbulenta política brasileira, com implicações significativas para a estabilidade democrática do país.