O que começou como uma simples dor no rosto, logo após uma queda de bicicleta, se transformou em um drama que terminou de forma trágica e precoce. Lázaro Vinícius, de apenas 16 anos, morador de Rolim de Moura (RO), faleceu após 12 dias internado no Hospital Regional de Cacoal. O diagnóstico final apontou um linfoma de Burkitt, um tipo raro e extremamente agressivo de câncer.
Saudável, cheio de vida e apaixonado por futebol, Lázaro nunca havia apresentado problemas de saúde significativos. Segundo sua irmã, Ingridy Mayara Prado, o adolescente só havia ido ao hospital uma vez na infância, após cair de um balanço.
O que parecia apenas um mal-estar comum evoluiu rapidamente. Após sentir dores intensas no rosto e apresentar inchaço, a família procurou atendimento médico. Em um primeiro momento, suspeitou-se de inflamação em um nervo ou dente. No entanto, as dores só aumentavam. Com o passar dos dias, Lázaro começou a perder peso, apresentou sangramentos e a taxa de plaquetas no sangue caiu drasticamente.
Corrida contra o tempo
Mesmo com exames, biópsias e tratamento com fortes analgésicos, o quadro de Lázaro se agravava. “Ele não perdeu a fé nem por um minuto”, relembra a irmã. Internado e com dores severas, o jovem chegou a ser diagnosticado com sepse – uma infecção grave – e foi transferido às pressas para a UTI. Teve duas paradas cardíacas em um intervalo de 24 horas. Na segunda, no dia 30 de março, não resistiu.
O diagnóstico definitivo só veio após sua morte: linfoma de Burkitt, um câncer que afeta principalmente crianças e adolescentes e tem uma taxa de crescimento celular considerada uma das mais rápidas entre todos os tipos de câncer.
Segundo o médico hematologista Wülgner Farias, esse tipo de linfoma precisa ser tratado de forma imediata. “É uma corrida contra o tempo. Quando descoberto no início, as chances de cura são altas – acima de 80% em alguns casos”, explicou.
Memórias de um jovem especial
Para Ingridy, que atualmente vive nos Estados Unidos, o irmão era mais do que especial. “Ele dizia que ia fazer história. Agora eu entendo o que ele queria dizer”, contou emocionada. A conexão entre os dois seguia forte apesar da distância: se falavam todos os dias e planejavam se reencontrar em breve.
Lázaro jogava futebol desde os 4 anos e sonhava conhecer outros países. Mesmo com pouco tempo de vida, deixou uma marca profunda em todos que conviveram com ele.
“Ele foi amado, foi visto e vai ser sempre lembrado. Vivemos 16 anos com ele saudável e feliz. Agora entendemos que, mesmo com a dor, ele cumpriu sua missão”, finaliza a irmã.