Um grupo de 31 jovens católicos de Porto Velho (RO) foi surpreendido com o cancelamento da tão esperada viagem à Roma, na Itália, que estava marcada para o próximo dia 26 de julho. O pacote, que custou R$ 18 mil por participante e somava um total de R$ 558 mil, havia sido contratado com a empresa Kairós Viagens e Peregrinações, com sede em Franca (SP). O destino final era o Jubileu da Juventude, evento internacional promovido pela Igreja Católica, com a presença do Papa.
Nas redes sociais, o líder do grupo, Eris Fernando, relatou que os jovens vinham se organizando e economizando há mais de um ano para a realização do sonho. “Vendemos salgados, refrigerantes, pizzas na porta das igrejas. Fizemos rifas, almoços solidários, tudo com muito esforço e fé. Agora fomos informados que não vamos mais viajar. É um sentimento de tristeza e frustração”, desabafou.
De acordo com Eris, a notícia do cancelamento chegou na sexta-feira (5), a poucos dias do embarque. Os jovens já haviam realizado todos os trâmites, incluindo passaportes e outras despesas pessoais, e aguardavam ansiosamente pelo embarque.
Em nota oficial, a Kairós Viagens e Peregrinações alegou enfrentar dificuldades financeiras desde a pandemia da Covid-19, acumulando dívidas que, segundo a empresa, se tornaram “impagáveis”. A situação teria piorado com a instabilidade em regiões de conflito, como Israel, o que levou ao cancelamento de outras viagens e comprometeu o fluxo de caixa.
Segundo a empresa, o valor pago pelos jovens para o Jubileu da Juventude foi bloqueado por um credor, o que teria inviabilizado a realização do pacote contratado. A Kairós admitiu que, no momento, não possui um plano concreto de reembolso, mas afirmou estar buscando soluções para reparar os prejuízos.
As famílias dos jovens avaliam ingressar com ações judiciais para tentar reaver os valores investidos. O caso também está sendo acompanhado por lideranças católicas locais, que prestam apoio espiritual e emocional aos participantes afetados.
Enquanto aguardam por justiça, os jovens seguem mobilizando apoio nas redes sociais para dar visibilidade à situação e cobrar providências. “Nosso sonho foi interrompido, mas nossa fé continua firme”, concluiu Eris.