Com a chegada do verão em Rondônia e o aumento da exposição ao sol, o alerta para os cuidados com a pele se torna ainda mais urgente. O estado lidera os índices de câncer de pele na região Norte, registrando 74,2 casos de câncer de pele não melanoma a cada 100 mil habitantes — uma das taxas mais altas também do Centro-Oeste, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A estimativa é de que, entre 2023 e 2025, mais de 8 mil novos casos sejam diagnosticados em Rondônia.
Fatores geográficos e genéticos influenciam os números
De acordo com o dermatologista Dr. Gustavo Ávila, fatores como a localização próxima à linha do Equador e a composição genética da população — marcada por descendência europeia e indígena — elevam a predisposição ao câncer de pele. “A radiação ultravioleta é mais intensa na nossa região, o que aumenta os riscos, principalmente para quem tem pele clara”, explica.
O tipo mais comum da doença é o carcinoma basocelular, de baixa letalidade, mas que pode causar deformações se não tratado a tempo. Já o melanoma, embora mais raro, é extremamente agressivo e pode se espalhar para outros órgãos rapidamente.
Casos reais reforçam a importância do cuidado
O aposentado Adail Mozer descobriu um carcinoma basocelular após perceber que uma ferida no rosto não cicatrizava. “Achei que era só uma espinha, mas era algo muito mais sério”, conta. Hoje, em tratamento, ele carrega cicatrizes, mas também uma nova consciência sobre a importância da prevenção.
Diagnóstico precoce é fundamental
Embora Rondônia lidere os casos na região, o diagnóstico precoce ainda enfrenta desafios. Muitos pacientes procuram atendimento apenas quando as lesões já estão em estágio avançado. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito, mas a demora no atendimento pode comprometer as chances de cura.
“Quando o câncer de pele é identificado no início, a chance de cura ultrapassa 90%”, reforça Dr. Ávila.
Proteção diária salva vidas
O especialista também desmistifica alguns mitos, como o de que o protetor solar faz mal à saúde. “Pelo contrário, ele é essencial, assim como roupas com proteção UV, chapéus e evitar o sol entre 10h e 16h”, orienta. Além disso, é fundamental realizar exames dermatológicos anuais para identificar qualquer alteração na pele o quanto antes.
A história de Adail é um lembrete de que cuidados simples no dia a dia podem fazer toda a diferença. Proteger a pele não é apenas uma questão estética, mas de saúde — e pode salvar vidas.