Rondônia continua sendo o Estado com o pior tratamento aéreo do Brasil, conforme levantamento publicado no site PanRotas. Os números apresentados pela pesquisa revelam um quadro alarmante: nos últimos dez anos, o Estado perdeu 366.532 assentos, o que representa uma redução de mais de 56% no número de voos para o local. Enquanto outros estados como São Paulo e Pernambuco experimentaram aumentos significativos no número de assentos e voos, Rondônia vive uma realidade oposta, com a redução drástica na oferta de transporte aéreo.
De acordo com o estudo, em uma década, Rondônia caiu de 6.017 voos para 2.650, o que representa uma queda considerável na disponibilidade de assentos. O número de assentos disponíveis caiu de 788 mil para 421 mil, deixando os passageiros com opções limitadas e uma realidade desconfortável para quem depende do transporte aéreo para viagens essenciais.
Este cenário tem afetado diretamente os passageiros rondonianos, que enfrentam cada vez mais dificuldades para conseguir voos com horários compatíveis e em condições adequadas. Apesar de os voos que ainda existem estarem sempre superlotados, as companhias aéreas continuam reduzindo a oferta e tratando os consumidores com crescente desprezo. A ANAC, responsável pela regulação do setor, também tem sido alvo de críticas pela inércia e falta de ações eficazes para melhorar a situação.
Em um exemplo recente, um voo da Gol que saiu de Porto Velho com escala em Manaus e destino final em Brasília sofreu atraso de várias horas. O motivo: um serviço de conserto na pista do aeroporto de Manaus, sem aviso prévio aos passageiros, que resultou em um atraso de pelo menos quatro horas. Muitos rondonianos que tinham compromissos importantes em Brasília perderam seus agendamentos. Embora o incidente tenha gerado promessas de ações para reparação de danos, a expectativa é de que raros casos recebam a devida compensação, o que deixa a situação ainda mais frustrante para os consumidores afetados.
A redução drástica no número de voos e assentos disponíveis tem sérias implicações econômicas para Rondônia. A mobilidade dos cidadãos é severamente prejudicada, afetando viajantes a negócios, turistas e profissionais da saúde, entre outros. Para o Estado, que depende da conectividade para o fortalecimento de diversos setores, o atual cenário é desastroso, afetando não apenas a vida dos cidadãos, mas também o desenvolvimento econômico da região.
Com as empresas aéreas reduzindo a oferta e a ANAC sem tomar medidas eficazes, fica claro que a pressão sobre os órgãos reguladores e as empresas aéreas é fundamental para mudar esse quadro. Os rondonianos estão sendo tratados de forma desigual em relação aos outros estados do Brasil, e a mobilização da população e dos órgãos de defesa do consumidor é essencial para exigir um tratamento justo e a reconstrução da infraestrutura aérea do estado.
Em suma, Rondônia enfrenta uma verdadeira crise no transporte aéreo, com um serviço que piora a cada ano e coloca os cidadãos em uma situação de constante insegurança e insatisfação. As autoridades e as empresas envolvidas precisam agir para garantir que os cidadãos rondonianos não sejam mais prejudicados com a diminuição dos serviços essenciais de transporte aéreo.