VALIDADE
Na próxima sexta-feira, dia 3, Porto Velho terá uma mudança importante na coleta de lixo. Um novo contrato começa a valer, sabe-se lá até quando, pois em nossa capital parece que a imundice supera a capacidade dos caminhões de coleta.
OFICIAL
Uma nova empresa assume o serviço, com contrato aproximado de R$ 3,5 milhões por mês — valor que representa “economia significativa” para os cofres municipais se comparado ao contrato anterior com a Marquise, que vinha operando há anos na capital.
VALORES
A diferença é gritante: o valor do novo contrato, segundo a Prefeitura, é aproximadamente metade do valor que a Marquise vinha recebendo.
NEGLIGÊNCIA
Essa transição, porém, está longe de ser simples. A Marquise, que parecia ter o caminho livre para continuar o serviço, foi intimada pelo Tribunal de Justiça a apresentar documentos para esclarecer questionamentos sobre a licitação anterior — não o teria feito, confiando no contrato assinado em 2024.
MEDIDA
Essa confiança excessiva, aliás, abriu espaço para a Prefeitura recorrer a uma “contratação emergencial, amparada em decisões do Tribunal de Contas (TCE) e do Ministério Público (MP).
VAI-E-VEM DA CÂMARA
Logo no início de 2025, os próprios vereadores, em uníssono, declararam que seguiriam as determinações do TCE, que questionou o contrato com a Marquise.
COMISSÃO
Havia, inclusive, uma “comissão especial” na Câmara para acompanhar a transição. Tudo indicava que a mudança seria pacífica.
MUDANÇA
Mas, de repente, a maré virou. Numa reviravolta que desafia a lógica, os mesmos vereadores mudaram de opinião da noite para o dia.
MUDANÇA 2
O vereador Tiago Tezzari, que antes defendia a decisão do TCE, agora se apresenta como um dos principais “defensores da Marquise”, argumentando que há uma decisão judicial — de 2024 — garantindo a permanência da empresa até o julgamento definitivo do mérito.
ESQUECIMENTO ?
Ora, se essa decisão judicial já existia no início do ano, inclusive conhecida pelo próprio Tezzari, por que a mudança repentina?
PACOTE
Nos corredores da Câmara, comenta-se que a mudança de tom teve a ajuda de um “poder de convencimento muito forte” da Marquise.
PACOTE 2
Corre a história de que um emissário da empresa teria visitado a Casa com uma mala preta, muito elegante, cheia de “documentos irrefutáveis” capazes de neutralizar qualquer argumento contrário ao contrato vigente.
PACOTE 3
Um convencimento, dizem, tão eficaz que fez os vereadores “esquecerem” até da “economia expressiva” que a cidade terá com a nova empresa.
DE OLHO
O Ministério Público já estaria investigando o conteúdo desses tais “documentos”. Afinal, que provas seriam tão incontestáveis a ponto de virar votos e silenciar críticas em questão de horas?
AMPARO
É importante deixar claro: a Prefeitura está amparada pelas decisões do TCE e do MP. Optou por cumprir o que determinaram os órgãos de controle.
OUTRO CAMINHO
Se há irregularidade, não é no Executivo que ela deve ser buscada, mas em quem, mesmo sabendo dos fatos, “resolveu mudar de lado sem explicação convincente”.
NAUFRÁGIO
O setor de coleta de lixo em Porto Velho é, historicamente, um terreno movediço. Quem pisa sem cuidado, afunda rápido.
NAUFRÁGIO 2
E, quando entram em cena “gente pesada” e interesses milionários, o naufrágio pode ser pior que o do Titanic.
VOLTANDO A RESPIRAR PELOS TRILHOS
No dia 2 de outubro, Porto Velho não celebra apenas um aniversário. Celebra o despertar de um coração adormecido. A Locomotiva 18, que há décadas repousava em silêncio, voltará a se mover.
TRAJETO
Serão apenas quarenta metros — do galpão ao pátio central — mas a distância não se mede em espaço: mede-se em memória.
MEMÓRIA
Quando a caldeira soltar fumaça e o apito cortar o ar, será como ouvir o sussurro dos antigos trilhos, chamando a cidade para lembrar de onde veio.
MEMÓRIA 2
Porto Velho nasceu do ferro e do vapor, cresceu com o trem, e agora reencontra nele uma centelha de si mesma.
PELO TEMPO
A Maria Fumaça não levará passageiros, mas levará consigo um povo inteiro em viagem pela lembrança. Nos olhos de quem a ver passar, estarão refletidos avós, pais e filhos que um dia escutaram o mesmo apito ecoar nas margens do Madeira.
MAIS QUE SIMBOLISMO
É um gesto simbólico, mas de uma força imensa: o tempo que parecia perdido volta a pulsar, ainda que por instantes. É a história se levantando do pó, é a cidade respirando pela boca de ferro da locomotiva, é a emoção ocupando cada centímetro de Porto Velho em seus 111 anos.
SAUDOSISMO
Mais que uma máquina em movimento, a Locomotiva 18 será, neste dia, o poema vivo da cidade.
FRASE
Quem esquece suas origens apaga as luzes da própria memória.