Publicidade

Absolvições expõem injustiças em série de processos contra ex-gestão de Roberto Sobrinho

Contudo, com o passar dos anos, a Justiça vem mostrando uma realidade diferente daquela estampada nas manchetes.

O engenheiro e advogado Emanuel Neri viveu de perto um dos capítulos mais controversos da política de Porto Velho. Quando integrou a equipe do então prefeito Roberto Sobrinho, Emanuel ainda não era advogado, mas testemunhou uma das maiores operações midiáticas e judiciais já registradas na capital — marcada por prisões preventivas, acusações de corrupção e um desgaste público que mudou o rumo político da cidade.

Publicidade

Roberto Sobrinho encerrou seu segundo mandato com 78% de aprovação popular, mas, poucos dias antes do fim da gestão, acabou preso junto com dezenas de membros de sua administração, acusado de envolvimento em um suposto esquema de desvio de recursos públicos. À época, a repercussão foi enorme: operações da Polícia e do Ministério Público ganharam destaque nacional, e cerca de 70 processos foram abertos contra ex-integrantes da Prefeitura.

Contudo, com o passar dos anos, a Justiça vem mostrando uma realidade diferente daquela estampada nas manchetes. Todos os denunciados — inclusive nesta semana, em nova decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública, assinada pelo juiz Edenir Sebastião — foram absolvidos.

Emanuel Neri, um dos alvos das investigações, desabafou:

“Quem vai reparar a reputação destas pessoas por tudo de injustiça que toda esta gente sofreu? Custava o Estado dizer que precisa se desculpar por tudo o que estas pessoas passaram?”, questionou.

O caso mais emblemático envolvia o aluguel de máquinas e horas de serviço, já que a Prefeitura não possuía equipamentos próprios suficientes para atender todas as demandas. A denúncia inicial falava em R$ 100 milhões desviados; depois o valor caiu para R$ 60 milhões, depois R$ 40 milhões, até chegar a R$ 4 milhões — apenas 4% do valor original. No fim, ficou provado que não houve desvio algum e que as obras contratadas foram devidamente executadas, com fotos e vídeos apresentados em defesa.

Apesar das absolvições, o dano já estava feito. Mais de dez pessoas foram presas preventivamente e carregam até hoje o estigma de uma acusação que jamais se confirmou.
A carreira política de Roberto Sobrinho, que despontava como um nome promissor para o Governo de Rondônia, foi abruptamente interrompida.
O caso reacende o debate sobre “julgamentos públicos antes da sentença”, e as marcas que esse tipo de exposição pode deixar, mesmo quando a Justiça reconhece a inocência dos acusados.

Publicidade
Grupo Marquise - EcoRondônia

Você também vai querer ler...

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.