Transporte
Assim como a falta de saneamento, a comunidade de Porto Velho convive diariamente com um drama que parece não ter fim, o precário sistema de transporte coletivo, desde o início de sua expansão urbana os usuários desses sistema de transporte na capital rondoniense nunca souberam o que significa a palavra eficiência dentro desse serviço.
Aliás
Sofrimento e falta de respeito, são os sentimentos mais comuns por quem precisa de ônibus para se locomover em Porto Velho. Mesmo com centenas de promessas e início de ações, nunca foi implantado com sucesso o sistema integrado, além da comunidade ter gozado por um pouquíssimo período de tempo de alguns veículos climatizados.
Três Marias
Durante mais de uma década o péssimo sistema de transporte público era responsabilidade da empresa Transporte Coletivo Rio Madeira Ltda. A empresa que gozava de um extenso contrato de serviço, assinado ainda na gestão Roberto Sobrinho (PT), era alvo de severas críticas por não cumprir os retornos à sociedade acordado em contrato.
Ou seja
Ao invés de uma frota nova e climatizada, pontos de espera confortáveis, numero suficientes de coletivos nas ruas, o que era oferecido à comunidade eram veículos sucateados, péssimo atendimento na recarga das passagens, pontos de ônibus sem qualquer estrutura para acomodar os usuários, entre uma infinidade de problemas relacionados à prestação do serviço.
Monopólio
Evidente que esse sofrimento seria usado entre a comunidade para fins politiqueiros, eis que surge o candidato à prefeito de Porto Velho, Dr. Mauro Nazif (PSB), com a ideia de que o sistema de transporte público de Porto Velho seria um caos em decorrência de apenas uma empresa ser a detentora do contrato, ou seja, havia um monopólio que prejudicava a vida do cidadão.
Promessa
Em seu discurso de campanha Mauro Nazif garantiu que com ele na prefeitura o contrato com a empresa detentora do serviço de transporte público em Porto Velho seria quebrado e finalmente o cidadão portovelhense poderia gozar de um serviço decente de transporte coletivo. Mauro venceu e rescindiu o contrato.
Em sua defesa
Os responsáveis pela Transporte Coletivo Rio Madeira, sempre alegaram que o motivo de não haver ônibus novo em Porto Velho era a precariedade das vias públicas na cidade, que inviabilizava novos veículos, mesmo motivo pelo qual sempre havia ônibus quebrado diminuindo a capacidade de atendimento.
Porém
A forma atabalhoada ao qual Mauro realizou a transição da quebra do contrato para o novo prestador do serviço acabou gerando a fúria da comunidade portovelhense que chegou a ficar um dia inteiro sem o serviço. A primeira empresa simplesmente não tinha um ônibus em sua garagem, localizada no interior do estado de São Paulo.
Por fim
Veio o contrato com um consórcio de empresas, incluindo empresários locais, denominado de SIM, o consórcio chegou como a solução dos problemas, prometendo ônibus novos, com internet, climatizados e confortáveis, isso tudo em numero suficiente para acabar o transtorno de ônibus transportando um numero de pessoas acima de sua capacidade estipulada.
Só que não
A “terra prometida” do Consórcio SIM acabou transformando-se em um engodo, aos poucos os mesmos problemas foram aparecendo e o sofrimento continua reinando entre os usuários de transporte coletivo. Atualmente a frota que está nas ruas da capital rondoniense é de 135 veículos, numero abaixo dos 182 estipulados em contrato.
Sucatões
Outro problema são os ônibus sucateados que foram “importados” do Amapá, velhos e com placa de outro estado, esses coletivos sequer recolhem impostos para a cidade onde operaram. Nos horários de pico, é comum as pessoas se espremerem para chegar em casa ou ir ao trabalho.
Aumento
Porém, mesmo com o problemas de sempre, o Consórcio SIM conseguiu a devida autorização para aumentar em 30% a tarifa, que subiu para o valor de R$ 3,80. Esse fato chamou a atenção da Câmara Municipal de Porto Velho, que já começa a se articular para criar uma comissão de inquérito que irá apurar a quebra de compromissos acordados no contrato pelo Consórcio SIM.
Prerrogativa
O fator principal que levou à quebra do contrato Transporte Coletivo Rio Madeira foi o não cumprimento dos devidos retornos sociais na prestação do serviço, caso a comissão seja aberta e o não cumprimento dos acordos comprovados, já haverá uma prerrogativa que garantirá a abertura do contrato para outra empresa que finalmente consiga prestar um serviço de qualidade.
Na Câmara
A primeira voz à se levantar sobre o caso foi a do vereador Marcelo Cruz, que já acionou a prefeitura e Casa de Leis do município sobre o fato. Para ele, a forma como o usuário de coletivo em Porto Velho é tratado é descabida, e enquanto a situação não se resolve ele deverá ingressar com uma Ação Civil Pública solicitando o embargo do aumento da tarifa.
Enquanto isso
O cidadão portovelhense aguardará o desenrolar dos fatos, em seu ônibus lotado, caro e sucateado.
A coluna
João Paulo Prudêncio é jornalista, profissional da área de jornalismo eletrônico há dez anos, autor de matérias de grande repercussão e vencedor do Grande Prêmio de Jornalismo do Ministério Público do estado de Rondônia em 2014. Informações e sugestões de pauta através dos telefones (69) 99230-0591 ou (68) 99217-1709 ou no e-mail joaoprudencio65@gmail.com