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Polícia indicia 74 pessoas quase 3 anos após o massacre de Alcaçuz

Quase três anos após o Massacre de Alcaçuz, que aconteceu em janeiro de 2017 no maior presídio do Rio Grande do Norte, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a matança e anunciou que vai indiciar 74 pessoas por homicídio, entre outros crimes, como destruição do patrimônio público e associação criminosa. Publicidade Os investigadores ainda ... Leia mais

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G1

Quase três anos após o Massacre de Alcaçuz, que aconteceu em janeiro de 2017 no maior presídio do Rio Grande do Norte, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a matança e anunciou que vai indiciar 74 pessoas por homicídio, entre outros crimes, como destruição do patrimônio público e associação criminosa.

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Os investigadores ainda atualizaram o número de mortos, passando de 26 para 27 vítima. As informações foram divulgada nesta sexta-feira (29) por uma comissão de delegados da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

A 27ª vítima seria Rodrigo José Leandro dos Santos, mais conhecido como ‘Rodrigo Pantera’. O corpo do homem, no entanto, nunca foi encontrado. A polícia acredita que ele tenha sido destruído e queimado durante a batalha campal que aconteceu dentro do Presídio de Alcaçuz. A polícia tem um vídeo que mostraria presos queimando um corpo e acredita que seja justamente o de Patera.

“Está nos altos (o vídeo). Vai ser um elemento usado como prova, para que eles possam responder por aquele crime de vilipêndio de cadáver. Acreditamos que trata-se da 27ª vítima. Ali estavam queimando Rodrigo Pantera”, afirmou o delegado Marcus Vinícius.

Segundo o delegado, os investigadores chegaram à conclusão sobre a 27ª morte após ouvir envolvidos nos crimes. Através de partes de corpos encontrados no local, exames de DNA estão sendo realizados para confirmar a versão.

“Na oitiva dos envolvidos, que começou de junho pra cá. Quando a gente ouviu os presos, 400 foram ouvidos, foi que nós tivemos a constatação dessa outra morte”, afirmou. “Nós temos já o nome dele, os familiares, mas a gente precisa da comprovação disso. Então vai depender de exame de DNA que o Itep está realizando”, pontuou.

O massacre começou no dia 14 de janeiro de 2017. Um dia depois, o Instituto Técnico-Científico de Perícia recolheu 26 corpos no local. A 27ª morte teria acontecido depois disso.

Crimes

Segundo o delegado, também foi através dos testemunhos que a Polícia Civil chegou ao total de 74 indiciados pelo massacre. Todos eles deverão responder pelos crimes de:

Segundo o delegado, também foi através dos testemunhos que a Polícia Civil chegou ao total de 74 indiciados pelo massacre. Todos eles deverão responder pelos crimes de:

homicídio consumado
associação criminosa
motim
dano ao patrimônio público

Entre eles, um ainda irá responder por homicídio tentado e três por destruição e vilipêndio de cadáver.

“O nosso objetivo era ter o maior número de pessoas, identificar as pessoas que participaram daqueles crimes, e acredito que se não chegamos à totalidade, chegamos perto. Quando nós passamos a ouvir os presos, e da forma que conseguimos abordá-los e extrair a verdade que eles tinham, nós chegamos a um número entre 50 e 100 que participaram efetivamente daquele massacre, daquelas mortes. No final, chegamos a 74, na verdade, 81, porque sete deles já estão falecidos e deixaram de ser indiciados. Acredito que o trabalho foi a contento”, declarou Marcus Vinícius.

Falso testemunho

Embora os investigadores tenham identificado 74 como responsáveis pelo massacre, outras 132 pessoas também deverão responder pelo crime de falso-testemunho durante as apurações.

Ao todo, foram ouvidas 466 pessoas, sendo 400 presos, 19 familiares de vítimas, 24 agentes penitenciários e 23 policiais militares. Além dos testemunhos, foram usados dados extraídos de 166 aparelhos celulares, 10 cartões de memória e cinco pen drives. As informações resultaram em um inquérito com 14 volumes, mais um anexo.

O massacre de Alcaçuz foi uma batalha campal entre duas facções rivais. Durante vários dias, o estado perdeu controle do presídio. Até então, as autoridades potiguares apontavam 26 mortes, sendo que 25 vítimas foram identificadas e uma pessoa foi enterrada como indigente, por não ter sido identificada nem reivindicada por nenhuma família.

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