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Estudo mostra que 843 milhões de pessoas serão afetadas pela lombalgia até 2050

Análise de mais de três décadas de dados mundiais traça perspectiva alarmante sobre a disseminação da lombalgia. Pesquisa confirma que dor lombar atinge mais os idosos
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A análise de mais de 30 anos de dados globais mostra que o número de casos de lombalgia está crescendo, com modelagem sugerindo que até 2050, 843 milhões de pessoas serão afetadas pela condição, na maioria devido ao aumento populacional e ao envelhecimento. A contínua falta de uma abordagem consistente e as opções limitadas de tratamento preocupam os pesquisadores a respeito de uma crise sanitária já que a dor lombar é a principal causa de incapacidade no mundo.

As descobertas foram publicadas na revista Lancet Rheumatology e baseiam-se nos dados do estudo Global Burden of Disease (GBD) 2021. “Nossa análise mostra uma imagem do crescimento de casos de lombalgia em todo o mundo, colocando uma enorme pressão em nosso sistema de saúde. Precisamos estabelecer uma abordagem consistente para o tratamento da dor lombar”, diz a principal autora, a brasileira Manuela Ferreira, do Instituto Kolling de Sydney, na Austrália. O estudo revela vários marcos em casos de dor nas costas. Desde 2017, o número de casos de lombalgia aumentou para mais de meio bilhão de pessoas.

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Em 2020, houve aproximadamente 619 milhões de casos mundiais registrados de lombalgia, um problema que, no Brasil, afasta os pacientes do trabalho, em média, 100 dias ao ano, diz o artigo. Globalmente, pelo menos um terço da carga de incapacidade associada à dor nas costas foi atribuível a fatores ocupacionais, tabagismo e excesso de peso.

Idosos
Um equívoco generalizado é que a dor lombar afeta principalmente adultos em idade produtiva. Mas os pesquisadores dizem que este estudo confirmou que a dor lombar é mais comum entre os idosos. Os casos de dor lombar também foram maiores entre as mulheres em comparação com os homens.

O estudo analisou os dados do GBD de 1990 a 2020 de mais de 204 países e territórios para mapear o panorama dos casos de dor nas costas ao longo do tempo. “Os sistemas de saúde precisam responder a esse fardo enorme e crescente de dor lombar que está afetando as pessoas em todo o mundo. Muito mais precisa ser feito para prevenir a dor lombar e garantir o acesso oportuno aos cuidados, pois existem maneiras eficazes de ajudar as pessoas com dor”, afirmou Anthony Woolf, co-presidente da Aliança Global para a Saúde Musculoesquelética.

Em 2018, outro grupo de especialistas expressou suas preocupações na The Lancet e fizeram recomendações, especialmente em relação a exercícios e educação, sobre a necessidade de uma mudança na política global de prevenção e controle. No entanto, desde então, houve pouca mudança. Verificou-se que os tratamentos comuns recomendados têm eficácia desconhecida ou são ineficazes — isso inclui algumas cirurgias e opioides.

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