Nos últimos anos, tem havido um aumento significativo na incidência de câncer, com o câncer de pulmão se destacando como um dos mais comuns em todo o mundo. Esse aumento está fortemente ligado ao crescimento do tabagismo, incluindo o uso de cigarros sem filtro e dispositivos eletrônicos de fumar, que ganharam popularidade recentemente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reporta que o tabaco é responsável por mais de 8 milhões de mortes anualmente e é o culpado por quase 90% das mortes relacionadas ao câncer de pulmão. A Dra. Raíssa Dantas, oncologista clínica do Hcor, destaca que, apesar de o câncer de pulmão não ser o mais prevalente entre os tipos de câncer, ele tem a taxa de mortalidade mais alta. Ela explica que, infelizmente, a busca pelo abandono do tabagismo e a adesão ao tratamento são notavelmente baixas.
A especialista também observa que muitos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão já estão em estágios avançados da doença quando chegam ao consultório médico. Isso resulta em sintomas respiratórios significativos devido aos danos causados pelo tabaco. Além disso, ela ressalta que os vaporizadores, assim como os outros tipos de cigarro, também acarretam riscos graves para a saúde.
O tabagismo não apenas aumenta o risco de câncer de pulmão, mas também está associado a outros tipos de câncer, como bexiga, pâncreas, fígado e colo do útero, além de diversas doenças cardiovasculares, incluindo infarto, trombose e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Como o tabaco é um fator-chave no desenvolvimento do câncer de pulmão, é crucial que seja completamente eliminado da vida do paciente. Quando a pessoa não abandona o hábito, o tratamento do câncer de pulmão pode ser ainda mais desafiador.
Isso ocorre porque o fumo prolongado causa danos cumulativos, resultando em efeitos colaterais mais intensos. Os sintomas do câncer de pulmão incluem tosse, dor no peito, rouquidão, pneumonia e sangramento nas vias respiratórias. Os dois últimos sintomas são mais comuns quando o tumor está em estágio avançado.
Para abordar essa questão, a Dra. Raíssa menciona duas estratégias principais: a primeira envolve o paciente definir uma data para parar de fumar, porém, reconhece que isso pode ser desafiador. A segunda opção é buscar ajuda em unidades de saúde ou centros especializados que auxiliem na redução gradual do consumo de tabaco e no gerenciamento dos sintomas decorrentes da abstinência de nicotina.
Essas abordagens têm o potencial de reduzir a prevalência de fumantes e, consequentemente, diminuir as mortes relacionadas ao tabagismo. A médica destaca que os tratamentos para a cessação do tabagismo são personalizados e adaptados às necessidades individuais, reconhecendo que diferentes técnicas podem ser aplicadas a diferentes pacientes.