O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) inicia hoje o julgamento de João Carlos da Silva, conhecido como Guiga, acusado pelo assassinato do professor indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau. O caso, que chocou a população local e repercutiu nacionalmente, remonta ao fatídico dia 18 de abril de 2020, quando Ari foi brutalmente morto em um bar situado na linha 18, do distrito de Tarilândia, pertencente ao município de Jaru.
A sentença de pronúncia, que encaminhou o caso para julgamento pelo Tribunal do Júri, aponta que o crime foi cometido por motivo fútil e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Os detalhes macabros da ação indicam que o professor e ambientalista Ari Uru-Eu-Wau-Wau foi não apenas morto, mas também arrastado com uma corrente até um veículo e, posteriormente, para outro local, com a ajuda de um terceiro indivíduo não identificado até o momento pela investigação realizada pela Polícia Federal.
A decisão do TJRO de transmitir o julgamento ao vivo pela internet representa mais um esforço do Poder Judiciário em promover transparência na tramitação do processo na comarca de Jaru. A iniciativa visa respeitar as garantias constitucionais do réu, ao mesmo tempo em que assegura a preservação e segurança para os jurados. A transmissão em tempo real estará disponível para o grande público e para a imprensa, seguindo o exemplo de casos emblemáticos do estado, como os de Corumbiara, Urso Branco, e outros crimes que tiveram grande repercussão.
Este julgamento não apenas busca trazer justiça para o caso brutal de Ari Uru-Eu-Wau-Wau, mas também serve como um lembrete da importância da proteção dos direitos humanos, especialmente dos povos indígenas, e da necessidade de combate à impunidade em casos de violência. O acompanhamento público do julgamento é uma oportunidade para a sociedade se engajar no processo de justiça e reafirmar o compromisso com a segurança e a dignidade de todos os cidadãos.
