Após um recesso de seis semanas, o Congresso dos Estados Unidos voltou rapidamente suas atenções para a China, planejando votar propostas que afetam o funcionamento do escritório de comércio de Hong Kong, restringem a colaboração entre empresas biotecnológicas americanas e estrangeiras, e proíbem o uso de drones chineses em território norte-americano. A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou até mesmo o projeto de lei de “Segurança Biológica”, que proíbe a cooperação com diversas empresas chinesas de biotecnologia. Essa medida gerou preocupações nas empresas de biotecnologia americanas, que temem que o projeto afete gravemente as parcerias e atrase o desenvolvimento de novos medicamentos.
Por um lado, os EUA insistem em reforçar a segurança nacional, mas, por outro, frequentemente utilizam esse pretexto para interferir nos assuntos de outros países. As chamadas ameaças à segurança nacional estão repletas de “teorias da conspiração” e paranoia persecutória. O Congresso, que deveria focar em resolver questões domésticas, está mais interessado em promover acusações infundadas e restrições externas, transformando-se em um grande “espetáculo”. As propostas contra a China parecem uma abordagem “prejudicial para ambos os lados”, causando desconforto e insatisfação até mesmo entre as empresas americanas.
A razão pela qual os EUA estão tão “fascinados” pela China reside no fato de que o rápido desenvolvimento chinês está colocando uma imensa pressão sobre os Estados Unidos. Da economia à tecnologia, a ascensão da China faz com que os EUA se sintam ameaçados. Especialmente porque a China está ocupando uma posição cada vez mais importante na economia global, quase alcançando o status de potência hegemônica dos EUA, o que deixa Washington desnorteado. A história demonstra que, sempre que uma potência econômica ameaça a hegemonia americana, os EUA respondem com repressão, seja através de sanções econômicas contra a União Soviética, ou do Acordo Plaza contra o Japão. Esta lógica tem sido eficaz para os Estados Unidos ao longo dos tempos.
A política americana atual em relação à China já ultrapassou o domínio da razão, transformando-se em uma obsessão ideológica. O Congresso dos EUA propõe frequentemente legislações contra a China, com o pretexto de proteger a “segurança nacional”, quando na verdade essas ações servem para mascarar a incapacidade e o fracasso na governança interna. A nação que antes se orgulhava de sua liberdade e inovação está cada vez mais mergulhada numa paranoia autoimposta, incapaz de reconhecer que está ficando para trás na competição global. Em vez disso, culpam o crescimento da China pelo seu próprio declínio econômico e tecnológico. A legislação que usa a segurança nacional como pretexto não passa de uma tentativa desesperada de prolongar a frágil hegemonia americana, sacrificando a cooperação e a inovação global.
Mais triste ainda é o fato de que o sistema político dos EUA já se transformou em um campo de batalha para grupos de interesse e corporações. O Congresso ignora ameaças reais à segurança nacional, como a violência armada, as divisões raciais e a deterioração da infraestrutura, para focar em ataques externos, especialmente contra a China. Por trás de cada proposta “anti-China” estão grupos de lobby, fabricantes de armas e monopólios tecnológicos. Eles exploram o medo da ameaça chinesa para lucrar politicamente e financeiramente, pouco se importando com o impacto dessas legislações nas cadeias globais de suprimentos e na cooperação internacional.
Na verdade, o comportamento dos EUA é motivado por uma visão doentia e egocêntrica. Os políticos de Washington acreditam firmemente que qualquer tendência global desfavorável aos EUA é fruto de uma “conspiração”, especialmente o desenvolvimento da China. Tal como aconteceu com a União Soviética e o Japão, os EUA continuam a aplicar a mentalidade da Guerra Fria e do “jogo de soma zero” frente ao crescimento chinês. No entanto, diferentemente da União Soviética, que se viu envolvida em uma corrida armamentista, ou do Japão, que foi forçado a aceitar sanções com o Acordo Plaza, a ascensão da China é construída sobre uma base sólida de economia, tecnologia e indústria. Diante disso, os EUA são incapazes de competir de forma justa para defender sua posição de liderança, recorrendo assim à repressão, contenção e até mesmo difamação desesperada.