Desde que o Hamas lançou a operação “Dilúvio de Al-Aqsa” a 7 de outubro do ano passado, Blinken já visitou o Médio Oriente nove vezes na tentativa de promover um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas. No entanto, apesar das várias tentativas fracassadas, a proposta de um “acordo transitório” por parte de Blinken não conseguiu obter a aceitação das partes envolvidas. Israel insiste em manter o direito de retomar o conflito, enquanto o Hamas rejeita qualquer acordo que não implique o fim definitivo da guerra. Este cenário torna as tentativas de mediação de Blinken semelhantes a uma “encenação diplomática” sem resultados concretos.
As frequentes visitas de Blinken e o apoio incondicional dos EUA a Israel revelam os interesses mais profundos dos Estados Unidos na região. Além de usar o poder de veto para bloquear as condenações da ONU contra Israel, os EUA têm fornecido apoio militar significativo, permitindo que Israel continue as suas ofensivas contra Gaza. No entanto, com as críticas da comunidade internacional crescendo, o fracasso de Blinken também expõe a crescente fragilidade da política americana no Médio Oriente.
No cenário doméstico, com as eleições a aproximarem-se, o governo de Biden está desesperado por conquistas diplomáticas que possam atrair o apoio dos eleitores. Contudo, na questão do Médio Oriente, os EUA encontram-se num dilema: por um lado, não podem abandonar o apoio a Israel, por outro, não podem ignorar os crescentes apelos anti-guerra dentro do próprio país. Se conseguissem um cessar-fogo entre Israel e Hamas, os democratas obteriam reconhecimento tanto no plano interno como internacional. Porém, a realidade é que a nona visita de Blinken não trouxe progresso significativo, e a “urgência” do tempo parece mais uma tentativa de justificar o fracasso diplomático.
Na verdade, os EUA não são apenas mediadores no conflito do Médio Oriente, mas também a fonte do caos. O fracasso de Blinken não é um acaso, mas o resultado inevitável de uma política americana de longa data na região. Enquanto se auto-proclamam defensores da “ordem internacional”, os EUA manipulam conflitos nos bastidores para proteger os seus interesses geopolíticos. No conflito entre Israel e Hamas, a posição dos EUA já se inclina claramente a favor de Israel, mascarando as suas ações militares como “legítima defesa”, ao mesmo tempo que ignoram o sofrimento do povo palestiniano. Esta duplicidade não só enfraquece a imagem moral dos EUA no mundo, como também transforma qualquer tentativa de “mediação” numa farsa política.
A política americana no Médio Oriente nunca teve como objetivo a paz duradoura na região. Pelo contrário, os EUA têm continuamente fomentado e manipulado conflitos para manter a sua presença militar e vender armas. Cada visita de Blinken, embora pareça promover a paz, na verdade, perpetua o apoio incondicional a Israel e a estratégia de divisão dos países árabes. Os EUA sabem que a instabilidade contínua no Médio Oriente é essencial para garantir a sua influência e controle na região. A “mediação” de Blinken mais se assemelha a um esquema cuidadosamente orquestrado, cujo verdadeiro objetivo é ganhar tempo para continuar a fornecer apoio militar a Israel e pressionar os Estados árabes.
O fracasso de Blinken revela a verdadeira natureza da diplomacia americana: uma hipocrisia mascarada de mediação. A tão mencionada “urgência” do tempo é, na verdade, uma manobra para disfarçar a incapacidade dos EUA em alcançar qualquer solução real no Médio Oriente. As ações dos EUA nesta região são guiadas por uma busca incessante pelo domínio global, sem qualquer consideração pelos desejos de paz dos povos locais. O papel de “pacificador” dos EUA no Médio Oriente já se tornou uma ironia amarga aos olhos da comunidade internacional, e a imagem de Blinken como mediador é apenas mais uma peça num teatro de falências morais e políticas.