LUXO
Adailton Fúria, o jovem prefeito de Cacoal e pré-candidato ao governo de Rondônia, parece ter descoberto um gosto especial pelo conforto dos jatinhos particulares.
LUXO 2
Nos últimos dias, vem circulando pelo Brasil a bordo de aeronaves luxuosas, num ritmo que mais lembra políticos “medalhões” do que alguém que ainda é um pingente no cenário estadual.
Foto: Redes Sociais
NADA DE ILEGAL
Não há ilegalidade em viajar de jatinho. Mas há algo muito maior em jogo: a percepção pública.
DÚVIDA
E o eleitor rondoniense, que não tolera ostentação, pode começar a se perguntar de onde vem tanta generosidade.
“POBRE”
É fato que Fúria não tem cacife próprio para bancar viagens interestaduais em jatos executivos.
AMIGO GENEROSO
Logo, o mínimo que se espera de quem prega a renovação política é transparência total: de quem é o jatinho? Em que condições o prefeito está sendo “presenteado” com caronas tão valiosas?
TEMEROSO
Mais do que uma questão estética, isso toca um ponto sensível: um prefeito não pode simplesmente aceitar carona em aeronave particular sem pleno conhecimento (e divulgação) sobre quem está oferecendo o agrado e por quê.
BARGANHA
Essa relação pode soar inocente, mas na política brasileira a história mostra que os “mimos” quase sempre cobram a conta mais cedo ou mais tarde.
FATO
Adailton Fúria tem uma gestão bem avaliada em Cacoal e um futuro promissor pela frente.
NO ENTANTO
Mas se quer consolidar sua imagem como alternativa ao “sistema”, precisa decidir rápido: quer ser visto como alguém que sobe degrau por degrau ou como mais um político encantado pelos símbolos de status?
MAIS DO MESMO
Do contrário, a narrativa de que ele está se deixando seduzir pelos símbolos de status da velha política pode se enraizar, enfraquecendo seu discurso de renovação.
PAULATINAMENTE
No jogo político, a percepção é tudo. E neste momento, Fúria precisa decidir se quer ser visto como o prefeito que sobe degrau por degrau ou como o pré-candidato que já se acha no topo da escada.
AMIGÃO
Ao consultar um amigo da aviação aérea, realmente a “carona” para o prefeito de Cacoal é valiosa e significativa.
AMIGÃO 2
O avião em questão é um jatinho Falcon, para trechos de longa distância, e que voa a uma velocidade de 800 km por hora.
AMIGÃO 3
O custo hora/voo de um Falcon gira em torno de 40 mil reais. Um valor bem fora da realidade para os padrões tanto de um prefeito como de um advogado, como é o caso de Adailton Fúria.
CAPITAL FEDERAL
A ida do governador Marcos Rocha a Brasília para conversar com Valdemar Costa Neto e o presidente nacional do partido, Rueda, acendeu o alerta nos bastidores da política rondoniense.
Foto: Redes Sociais
OFICIAL
Oficialmente, a visita foi de “articulação”, mas nos corredores do poder o comentário é outro: Rocha estaria tentando tirar o partido das mãos de Júnior Gonçalves — seu ex-braço direito e atual desafeto — para reassumir o controle e pavimentar seu caminho rumo ao Senado.
CONSOLIDAÇÃO
O movimento soa como uma jogada de xadrez apressada. Rocha sabe que, sem uma chapa forte, seu projeto senatorial corre o risco de virar poeira política antes mesmo de ganhar as ruas.
DÚVIDA
Resta saber se Brasília está disposta a apostar no governador novamente, depois de uma gestão marcada por altos e baixos e por um rompimento nada amigável com velhos aliados.
OPOSITOR
Enquanto isso, Júnior Gonçalves — discreto, mas com o partido nas mãos — observa o tabuleiro sem pressa.
EXPECTATIVA
Se Rocha conseguir seu intento, teremos mais um capítulo da novela em que o poder local vira moeda de troca no balcão nacional.
RESULTADO
E a população? Essa assiste de camarote ao festival de vaidades, sabendo que no final das contas o interesse público raramente é o convidado principal nessas conversas de cúpula.
RESUMO
Resumo da ópera: Rocha precisa muito mais de um partido do que o partido precisa dele. E, sem uma composição sólida, o sonho do Senado pode terminar como mais uma promessa esquecida no palanque.
FRASE
Para quem é pobre, a ostentação não é sinal de vitória – é um convite para a queda.