Publicidade

Após polêmicas e decisões, Hildon Chaves parece ter desistido de inaugurar rodoviária

Confira as notas do dia, por Cícero Moura

Queda de braço

Publicidade

Inicialmente não adiantaram a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e nota técnica do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RO) vetando a inauguração da nova rodoviária de Porto Velho. O prefeito Hildon Chaves (União Brasil) enfatizou que “contra tudo e contra todos”, iria inaugurar a obra.

Publicidade

Reforço

O TCE-RO emitiu uma decisão proibindo a inauguração da rodoviária. Em despacho assinado pelo conselheiro Valdivino Crispim foi estipulada uma multa de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento, podendo chegar a R$ 1 milhão.

Deu ruim

Com um relatório divulgado no final da semana passada, pelos próprios engenheiros da prefeitura, recomendando a não inauguração do prédio, Hildon acabou tendo que recuar. Apesar do ditado popular indicando que “casa de ferreiro, o espeto é de pau”, o ex-promotor de Justiça resolveu não brincar com fogo e não colocar em xeque uma possível candidatura a qualquer cargo nas eleições de 2026.

Foto: Diz Rondônia

Desfez comissão

E Hildon deu passos atrás o mais rápido possível, quando suspendeu a comissão responsável pela inauguração da nova rodoviária, que estava prevista para a última sexta-feira, dia 20. A decisão foi formalizada através do decreto 20.704, de 18 de dezembro, que revoga o decreto 60.614, de 21 de novembro.

Opinião 1

Se há vários relatórios indicando que faltam detalhes importantes da infraestrutura, por quê inaugurar a rodoviária? Só para fazer fotos e vídeos e utilizá-los em futura campanha? O que é certo é certo e o que é errado, está errado. Se não há condições de fazer uma abertura para que a população não utilize logo o terminal, que se aguarde o fim total da obra.

Opinião 2

Se falta o básico, conforme relatório do CREA-RO, que é a caixa de distribuição de energia, como Hildon faria a inauguração sem ser inauguração? À base de geradores? Seria um tapa na cara do contribuinte porto-velhense. Se a população esperou 40 anos por esta rodoviária, pode esperar mais 120 ou 150 dias.

Opinião 3

O importante é que o terminal já seja utilizado logo pelos passageiros e que a rodoviária provisória seja desfeita urgentemente. O prédio adaptado na Feira do Produtor Rural, no Bairro Baixa da União, na região do Cai N’Água é insalubre. Repleto de problemas, pombos, urubus, usuários de drogas, é fétido, malconservado e bagunçado.

Opinião 4

E os passageiros ainda pagam uma taxa de quase 5 reais à título de taxa de embarque, que deveria ser utilizada na conservação e limpeza da estrutura. Mas sinceramente, o que menos há ali é isso. Eu mesmo já embarquei três vezes neste local e os banheiros são imundos. Seja de manhã, à tarde ou à noite, ninguém encontra um vaso sanitário limpo e minimamente adequado para o uso.

Opinião 5

Se o prefeito Hildon quiser que seu nome fique marcado na história, ele pode ajustar uma participação na inauguração que poderá ser organizada pelo prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) e sua equipe. Este último deu a entender que Hildon será bem-vindo na festa que vai marcar o início das atividades da nova rodoviária de Porto Velho.

Opinião 6

E espero que ambos façam justiça ao Governo Federal (comandado pelo presidente Lula), que enviou os mais de 40 milhões de reais (por meio de emendas parlamentares) para construção do novo e moderno prédio. Já que a equipe de Hildon (talvez por sugestão de pessoas ligadas à Mariana Carvalho, sua pupila nas últimas eleições), simplesmente “tapou” as logomarcas da União.

Opinião 7

Será que alguém da equipe de Lula será convidado para a inauguração da rodoviária? Como diz o ditado: quando o filho é bonito, todo mundo quer ser pai… É algo interessante para ser visto nos próximos capítulos (ou meses).

Virou moda

E “esconder” o dono ou quem enviou os recursos ficou recorrente em Porto Velho, pois este colunista passou por algumas ruas do Bairro Três Marias (zona Leste), onde grandes placas informavam que ali houve obras de asfaltamento, com drenagem e meio-fio. Os recursos são do Calha Norte, do Ministério da Defesa. Mas as logomarcas do Governo Federal e de outro órgão responsável foram retiradas (só ver os cortes feitos na própria placa).

Divulgação

Mistério

A pergunta que não quer calar: de quem partiu a brilhante ideia nos dois casos já citados: do próprio prefeito, de sua equipe ou de algum “jênio” (grafado errado de forma proposital) do marketing político que imaginou: ora, a obra foi feita com recursos da União, mas vamos retirar porquê o mérito é só nosso. E o Calha Norte e o Ministério da Defesa são de qual estrutura, cara pálida?

Ainda Estou Aqui

O filme estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello segue com a torcida de milhões de brasileiros. Após quebrar diversos recordes em salas de cinema pelo país a fora, o filme de Walter Salles, que fala sobre o desaparecimento do ex-deputado federal Rubens Paiva durante a ditadura militar (ou regime militar para alguns), agora parece sentir o cheirinho do Oscar.

Ainda Estou Aqui 2

Após ganhar prêmio de melhor roteiro adaptado no Festival de Veneza (após ser aplaudido por 10 minutos), Fernanda Torres e companhia foram indicados como melhor atriz de drama e melhor filme de língua estrangeira para o Globo de Ouro, segunda premiação mais importante do cinema mundial, atrás apenas do próprio Oscar.

Ainda Estou Aqui 3

A produção estava disponível em Porto Velho em meados de novembro, quando fui assistir. A sala estava quase cheia em plena terça-feira. E o filme entrega tudo o que anda se falando por aí: grande fotografia, ótimo roteiro, cenas bem produzidas e trabalhadas. Figurino impecável, bem fiel à década de 1960/70. Direção de arte também não fica atrás, já que reproduziram muito bem a casa onde viveu a família Paiva, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Recomendação

Quem ainda não assistiu, dê um jeito. É uma grande produção e temos que prestigiar sim, nosso cinema nacional. Ainda mais quando se está em evidência, no planeta inteiro! Quem não sabe é a nossa chance de ganharmos a estatueta mais cobiçada da sétima arte, além de vingar Fernanda Montenegro por Central do Brasil, que perdeu também na mesma indicação (melhor atriz) em 1999?

*Felipe Corona – interino  

EM TEMPO: A coluna fará uma pausa de fim de ano até dia 6 de janeiro. Na sequência, estarei substituindo o colega Cícero Moura, durante merecidas férias até o final de janeiro de 2025.