Em mais uma reunião da Comissão de Segurança Pública sobre os graves problemas no residencial Orgulho de Madeira em Porto Velho, os deputados receberam a diretora de Polícia Metropolitana do Estado, Rosilei Lima, o chefe de investigação Jorgevon Gomes e delegado do 8 DP, Cicero Cavalcante, além da representante da comunidade local.
Na reunião, o presidente da Comissão, Anderson Pereira (Pros) tomou conhecimentos de problemas que não haviam sidos relatados na reunião anterior. O complexo do Orgulho do Madeira segundo as investigações da Polícia Civil, está tomado pelo crime organizado, com intensa atuação de facções criminosas, que expulsam moradores, furtam e depredam imóveis para usarem como bases. Preocupado, o deputado Anderson deixou claro que o Estado precisa montar uma força tarefa com órgãos de segurança e agir com a máxima urgência, pois a comunidade não poder ter seu direito de moradia impedido por causa dos marginais.
“Se eu fosse secretário de segurança do Estado, tomaria uma atitude extrema, pois pessoas de bem, trabalhadores, crianças e jovens inocentes não podem viver com reféns”, disse Anderson.
O deputado questionou Rosilei sobre a atuação da Polícia Civil na área, que de acordo com os moradores, é muito precária. A responsável pelo órgão disse que a Polícia trabalha de forma intensa, porém com total sigilo, silêncio, para não atrapalhar investigações. A delegada deixou claro que nos últimos meses foram três operações deflagradas, tendo como resultado 24 mandados de busca e apreensões cumpridos e nove prisões, dentre elas a de um chefe do crime no local.
O policial Jorgevon Gomes, responsável pelas investigações, apontou sérias dificuldades para execução do trabalho, pois a Polícia Civil não possui elementos e nem materiais de logística para cumprir os serviços. Outro ponto falho no combate ao crime é a falta de efetivo. Não há servidores suficiente para atuar. Hoje são 1.800 agentes em todo estado, sendo 400 desses afastados. O número total é precário segundo os representantes, e igual ao do ano de 1.994, sendo que daquela época até os dias atuais, houve um aumento populacional desordenado.
Anderson lamentou a falta de investimento no setor, principalmente na Polícia Civil, que segundo ele, está sucateada há bastante tempo. Ele garantiu que vai priorizar meios para solucionar os problemas. Uma delas seria fiscalizar todas as unidades do Estado, que estão deterioradas, em péssimas condições e debater esses assuntos na Comissão e outras frentes.
O parlamentar destacou ainda que já analisa as informações passadas pelos representantes do Orgulho do Madeira, Secretaria de Assistência Social (SEAS) e Banco do Brasil sobre ocupações ilegais e outras situações e disse que se houver informações distorcidas vai propor juntos aos membros da comissão a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), como já havia sido anunciado na reunião passada, para apontar e responsabilizar os culpados. Anderson ainda fez questão de dizer que não quer acreditar que exista corrupção nesses casos e se houver, vai propor punições severas.
A próxima reunião foi convocada para o dia 2 de abril, com convite feito ao comandante da Polícia Militar, Ronaldo Flores e secretário de Educação, Suamy Lacerda.