EXTASE
Todo começo de namoro é igual para todo mundo. A todo instante os enamorados querem estar juntos. E pouco importa se as pessoas venham a insinuar que o casal é “pegajoso” demais. E daí, ninguém liga.
EXTASE 2
Nos anos 80, o estar junto a toda hora se limitava aos encontros no colégio ou nos bailes de fim de semana. Não havia a tecnologia de hoje onde os apaixonados mandam mensagens escritas contínuas, áudios e fotos pelo celular.
EXTASE 3
Parece que o mundo vive em torno do novo amor. E vejam só que interessante, não existe enjoo ou rotina. A sede voraz da paixão parece ser inabalável, até que o colorido acabe se tornando opaco.
INDIGESTÃO
Ninguém jamais imagina, ou deseja, que em algum momento do aparente “felizes para sempre”, alguém irá ser tomado pelo fastio.
LÓGICA
Quando isso ocorre, o caminho mais lógico seria cada um para seu lado, mas não é assim que acontece. Na maior parte absoluta das relações, a sensação de posse acaba criando um impasse. Eu não te amo mais, mas não quero me separar de você.
CONTEXTO
A questão do amar, nesse caso, é muito relativa. O contexto em questão foca no tesão insaciável dos primeiros momentos de relação, já o não separar está ligado a valores afetivos e tradicionais que unem duas pessoas.
COMPANHIA
Embora tenha passado a vontade carnal e pulsante de estar sempre junto de quem se ama, ainda há o gosto e a certeza de se ter uma companhia próxima, parceira e atenciosa. Isso sobrepõe o que, eventualmente, poderia ser um desinteresse.
FANTASMA
Além disso, ao haver a possibilidade de desligamento total, pesadelos começam a aflorar. Se a separação acontece, corre-se o risco de que o grande amor passe a ter outro dono (a). Isso perturba enquanto for só risco, imagine se ocorrer de fato.
REALIDADE
Não é porque houve um momento onde havia um amor intenso e a felicidade era total, que se deve desmerecer a continuidade, o prazer da cumplicidade, mesmo que não seja na mesma intensidade. Não há preço para uma união estabilizada.
FAMILÍA
No início ambos se conectam porque é só um pelo outro. Na sequência, a corrente se fortalece naturalmente com a chegada dos filhos. E o amor deixa de ser singular, passando a ser compartilhado.
FASES
Quando se fala em Deus e família, se olha justamente para o ciclo vivido em cada período certo da vida. Até mesmo quando se perde o horizonte, ainda existe esperança de recomeço.
CONCLUSÃO
Independente do que aconteça na sequência de uma relação, as pessoas constroem histórias. E, como a história, que envelheçamos deixando bons legados e causos para gerações futuras.
RELAÇÃO
A coluna de hoje é uma reflexão sobre perdas e ganhos de uma relação a dois. A meu ver, muito mais ganho do que perdas. Até mesmo quando o que deveria ser para sempre se rompe, ainda resta algo do que foi construído.
VIVÊNCIA
Embora muitos casais modernos já se sintam cansados com poucos anos de relação, na pior das hipóteses o convívio diário possibilita construir. E não me refiro a bens materiais, mas sim a aprendizado.
VIVÊNCIA 2
Dormir e acordar por um tempo com a mesma pessoa, também ensina e ajuda a evoluir. Você armazena um punhado de informações que, se caso ocorra separação, você tem “gordura” para tentar não errar na próxima vez.
ESCOLHA
Que fique bem claro que a análise de hoje não é uma “condenação” à solteirice, até porque tem muita gente que prefere, e se sente até melhor, estando sozinho. E isso não tem nada a ver com solidão.
CONDIÇÃO
Solidão é não viver. É preferir se manter enclausurado do que desfrutar das coisas boas da vida, e olha que o mundo oferece opções infinitas de prazer, diversão e passeio, que não necessariamente você tenha que usufruir ao lado de alguém.
DINHEIRO
Importante dizer ainda que isso também não está associado a dinheiro. Até porque ninguém compra felicidade, você paga por conforto e comodidade. Felizmente sentimento não pode ser comprado.
UTOPIA
Aliás, existe muita gente abastada financeiramente que escancara felicidade comprando tudo que tem preço. No entanto, sofre demasiadamente por não conseguir pagar o que pode ser adquirido de graça. Amor, respeito, gratidão.
SOLTEIRICE
Sobre estar solteiro, tem uma história do poeta e jornalista gaúcho Mário Quintana que é bem interessante. Quintana nunca casou, não teve filhos e viveu até o fim da vida em um quarto de hotel, no centro de Porto Velho.
SOLTEIRICE 2
Durante entrevista, uma repórter perguntou a ele, já com 80 anos, – Quintana morreu com 93 anos de idade – porque ele nunca se casou. O poeta respondeu que preferia deixar inúmeras moças na expectativa do que decepcionar uma única delas.