Se Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) fosse um vocábulo, e não expressão, a ilustração ao lado do verbete seria a pizza – por óbvio. A grande maioria é instalada com afã midiático para mostrar serviço e poderio político-institucional, nada mais.
Agora, a prova de fogo acerca da inutilidade ou não do expediente legislativo está relacionada aos desmandos praticados pela Energisa contra o consumidor rondoniense.
No site ReclameAQUI, que reúne críticas Brasil afora sobre quantidade infindável de empreendimentos, a distribuidora de energia elétrica está cadastrada há 11 anos. Vale lembrar que se trata de empresa nacional, operando nos mais variados rincões tupiniquins.
Aportou recentemente aqui após arrematar a Eletrobrás Rondônia a preço de banana, uma mixaria simbólica. A partir daí, o calvário do cidadão passou a expandir-se entre o aumento exponencial da tarifa praticada ao suplício de, em alguns casos, encontrar sua residência sem energia. No miolo, situações onde pessoas desprevenidas verificaram, inclusive, a retirada ilícita do relógio medidor de suas casas, obra, claro, de intervenções obtusas colocadas em prática.
Novidade? Não, não…
O registro histórico do ReclameAQUI sobre a Energisa – considerada ruim na cotação geral voltada à reputação do empreendimento – escancarou o feedback negativo há muito tempo.
São mais de 3,3 mil reclamações. A nota dada pelo consumidor é baixíssima. E é isso que veio para cá, um verdadeiro Cavalo de Troia moldado ao melhor mogno neoliberal.
O deputado Alex Redano, do PRB, próximo presidente do Legislativo, é o proponente da CPI e está otimista com o início da instauração das diligências.
Ao Rondônia Dinâmica, o parlamentar salientou que o procedimento está na fase de escolha de membros e todas as denúncias apresentadas serão apuradas da melhor maneira possível.
“Sabemos das nossas limitações pelo fato de a Energisa se tratar de concessão federal e nós sermos deputados estaduais. Mas há muito o que cobrar, especialmente quando o assunto é a desobediência relacionada às leis regionais”, asseverou.
Agora, com a batata quente nas mãos e o tudo ou nada referente ao futuro do consumidor sob sua incumbência, a Casa de Leis precisa demonstrar de maneira cabal que, ao violar a ordem legal no estado através de ações displicentes, a Energisa deve assumir o papel de prato principal no menu da CPI substituindo a tradicionalíssima pizza.