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Grandes frigoríficos brasileiros negociaram com pecuaristas investigados por lavagem de dinheiro em Rondônia

Um exemplo dessa conexão foi revelado em uma investigação de 2022, que levou a JBS a admitir a compra de quase 9 mil cabeças de gado com origem irregular.

Nos últimos anos, JBS, Marfrig e Minerva adquiriram gado de grupos econômicos investigados não apenas por ilícitos ambientais, mas também por lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros. A relação entre esses crimes preocupa autoridades globais, uma vez que crimes contra o meio ambiente são considerados a terceira economia ilícita mais lucrativa no mundo, segundo a Interpol, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e contrabando.

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Um exemplo dessa conexão foi revelado em uma investigação de 2022, que levou a JBS a admitir a compra de quase 9 mil cabeças de gado com origem irregular. Os animais eram provenientes de fazendas ligadas a uma quadrilha de desmatadores em Rondônia, liderada por Chaules Volban Pozzebon. Mesmo após a prisão de Pozzebon em 2019, uma empresa do grupo continuou fornecendo gado para Minerva até 2021 e para JBS até 2022.

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Outro caso envolve o empresário Luiz Pereira Martins Pires, denunciado por lavagem de dinheiro em um esquema de fraudes em licitações no Tocantins. A empresa de Pires, Agropecuária Umuarama, é sócia da Agropecuária Pôr do Sol, que realizou operações de venda de gado para JBS, Marfrig e outras empresas. Pires possui histórico de multas por desmatamento e sonegação fiscal.

Em outro caso, os irmãos Frank Vilela Barros e Arnaldo de Oliveira Barros Júnior, no Acre, foram acusados de lavagem de dinheiro em um esquema envolvendo propina a servidores públicos para forjar Guias de Trânsito Animal. O gado proveniente desse esquema potencialmente contaminou a cadeia produtiva da JBS.

A conexão entre lavagem de dinheiro e crimes ambientais destaca a necessidade de maior transparência e controle na cadeia produtiva da pecuária para evitar a exposição a atividades ilegais.