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IMPASSES E PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS – Médicos de Rondônia anunciam greve e saúde pública pode parar

A paralisação foi motivada pela falta de avanços nas negociações, além da sinalização do Governo de que os investimentos em saúde poderiam ser reduzidos a partir de 2026

Após semanas de tentativas frustradas de negociação com o Governo do Estado, o Sindicato dos Médicos do Estado de Rondônia (Simero) anunciou, nesta segunda-feira (1º), que a categoria entrará em greve a partir desta terça-feira. A decisão foi tomada em assembleia, refletindo o esgotamento do diálogo entre os profissionais da saúde e o Governo, que, segundo o presidente do sindicato, Luiz Maiorquim, não apresentou soluções concretas para os problemas enfrentados pelo setor.

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A paralisação foi motivada pela falta de avanços nas negociações, além da sinalização do Governo de que os investimentos em saúde poderiam ser reduzidos a partir de 2026. “Não houve avanço. O Governo deixou claro que não há propostas para a saúde. Diante disso, não restou alternativa senão a paralisação”, afirmou Maiorquim.

A greve, que já se desenhava como uma possibilidade desde que o impasse se intensificou, pode ter um impacto significativo na saúde pública de Rondônia, afetando tanto atendimentos básicos quanto hospitalares em todo o estado. A paralisação pode comprometer o funcionamento de diversas unidades de saúde, gerando um cenário de dificuldades no atendimento à população.

O movimento dos médicos ocorre em um contexto de tensão, que já se refletiu em outra greve recente, dessa vez no setor da educação, que só foi evitada após o Executivo ceder parcialmente às reivindicações do Sintero. A crise na saúde, no entanto, é vista como ainda mais grave, já que o atendimento médico é essencial para a população e sua interrupção pode trazer consequências diretas para a vida dos cidadãos.

O Governo de Rondônia tem discutido a privatização de parte dos serviços de saúde e a construção do Hospital de Urgência e Emergência. No entanto, os médicos se sentem excluídos das discussões e apontam que a falta de diálogo com a categoria e os salários defasados são questões centrais para a insatisfação. A privatização é vista com cautela pelos profissionais, que temem que a medida prejudique o acesso da população aos serviços públicos essenciais.

Apesar das promessas de modernização, a greve é um reflexo da insatisfação generalizada da categoria, que reivindica melhorias nos salários, condições de trabalho e investimentos urgentes no setor de saúde. O Simero reforçou que a paralisação é a única forma de pressionar o Governo a reconhecer a importância dos profissionais de saúde e a necessidade de mais recursos para o setor.

Até o final do último fim de semana, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) ainda não havia se manifestado oficialmente sobre a greve anunciada. A expectativa é de que, se não houver um acordo nas próximas horas, a paralisação se tornará realidade, e a saúde pública de Rondônia começará a semana em compasso de greve.

A situação permanece tensa e, com a proximidade do início da greve, o Governo do Estado enfrenta uma pressão crescente para resolver a crise na saúde e atender às demandas dos médicos antes que a paralisação afete ainda mais os serviços essenciais à população.

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