Uma fatalidade ocorrida no último dia 27 de novembro em uma obra às margens da BR-364, em Ji-Paraná, Rondônia, resultou na morte de dois trabalhadores e trouxe à tona questões sobre segurança e responsabilidade técnica na construção civil. Nesta terça-feira (10), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (CREA-RO) confirmou, em nota, que a obra estava sob a responsabilidade de uma arquiteta registrada no Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Rondônia (CAU), e não de um engenheiro.
O acidente aconteceu na saída para Presidente Médici, próximo à entrada da Rondônia Rural Show, quando uma estrutura de concreto desabou. As vítimas fatais foram Wiliam Pereira, de 22 anos, que estava sobre a viga no momento do colapso, e Paulo Sérgio, de 58 anos, que foi atingido pelos destroços enquanto trabalhava no chão.
Obra sem registro no CREA-RO
De acordo com a fiscalização do CREA-RO, a estrutura que desabou não estava registrada junto ao órgão, o que impede a supervisão técnica por engenheiros especializados. Em sua nota, o CREA-RO destacou a importância de grandes obras contarem com profissionais habilitados em cálculos estruturais e segurança do trabalho, como medida preventiva contra tragédias.
Manifestação do CREA-RO
O presidente do CREA-RO, Edison Rigoli, reforçou a necessidade de maior rigor no registro e na fiscalização de obras.
“É essencial que obras de grande porte contem com engenheiros capacitados para o planejamento estrutural e o acompanhamento da execução. Também é imprescindível a presença de profissionais de segurança do trabalho para orientar trabalhadores quanto aos riscos e normas de segurança”, afirmou.
A entidade também manifestou pesar pelas mortes e reiterou seu compromisso em promover a ética profissional e a segurança no setor.
Investigações em andamento
O caso está sendo investigado pelas autoridades competentes, que apuram as responsabilidades pelo colapso da estrutura. A tragédia reacende o debate sobre a importância da fiscalização e do cumprimento de normas técnicas para evitar perdas de vidas em acidentes desse tipo.
Enquanto isso, familiares das vítimas aguardam respostas sobre as circunstâncias do acidente e esperam que medidas sejam tomadas para que casos semelhantes não se repitam.