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EM VILHENA – Prefeito reeleito pode perder cargo por contas irregulares

Caso condenado, Flori Cordeiro poderá ter seu mandato cassado e ser obrigado a devolver mais de R$ 200 mil à Justiça Eleitoral.

A juíza Christian Carla de Almeida Freitas, do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO), rejeitou as contas de campanha do prefeito reeleito de Vilhena, Delegado Flori Cordeiro, e de seu vice, Aparecido Donadoni. A decisão, assinada nesta sexta-feira (13), aponta graves irregularidades que podem levar à impugnação da chapa e até à perda do mandato.

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Entre os principais problemas apontados pela magistrada está o atraso de dois meses na declaração de R$ 200 mil em recursos públicos recebidos pela campanha. A legislação eleitoral exige que tais valores sejam informados no prazo de 72 horas. Além disso, foram detectadas doações recebidas após o término das eleições, o que é irregular, considerando que Vilhena não possui segundo turno.

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Outro ponto que chamou atenção foi o volume de materiais de campanha. Flori Cordeiro declarou a impressão de 1,26 milhão de santinhos e “mosquitinhos” para uma cidade com apenas 69 mil eleitores. Segundo a juíza, o número é “altíssimo” e incompatível com a realidade do município. O custo desse material, pago com recursos públicos, também gerou questionamentos devido à proximidade das eleições e à ausência de comprovação detalhada das despesas.

A investigação apontou ainda a contratação de uma empresa de Porto Velho, por R$ 90 mil, para a produção de materiais de campanha. No entanto, a empresa não possui redes sociais ativas ou sede física identificada, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de fornecer os serviços contratados.

Na decisão, a juíza destacou a gravidade das irregularidades, afirmando que os problemas podem configurar conduta criminosa, como fraude eleitoral e má utilização de recursos públicos. Caso condenado, Flori Cordeiro poderá ter seu mandato cassado e ser obrigado a devolver mais de R$ 200 mil à Justiça Eleitoral.

Os advogados de defesa do prefeito terão algumas semanas para apresentar justificativas e tentar reverter a decisão. No entanto, a desaprovação das contas marca o início do segundo mandato de Flori sob uma nuvem de incertezas e forte pressão judicial.

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