Após semanas de aparente trégua, a crise política entre o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), e seu vice, Sérgio Gonçalves (PL), voltou ao centro das atenções com uma sequência de entrevistas que esquentaram novamente os bastidores do poder no estado.
Tudo começou com declarações de Marcos Rocha a um site local, onde revelou ter tentado, por três vezes, estabelecer diálogo com seu vice, sem sucesso. Pouco depois, a primeira-dama e secretária de Ação Social do Estado, Luana Rocha, deu uma entrevista forte, afirmando que “traição é traição”, deixando claro que o distanciamento entre o governador e o vice é irreversível do ponto de vista do núcleo mais próximo ao chefe do Executivo.
O episódio mais marcante, porém, foi protagonizado pelo próprio Sérgio Gonçalves. Em entrevista a uma emissora de TV, o vice-governador confirmou que sua escolha como companheiro de chapa partiu diretamente de Marcos Rocha, mesmo com resistências internas. Em meio ao relato, Gonçalves se emocionou e chegou às lágrimas, demonstrando o desgaste pessoal causado pelo conflito político.
Apesar do clima exposto na mídia, nos corredores do Palácio Rio Madeira a avaliação é de que a crise já estaria “superada” nos bastidores. A ordem agora, segundo aliados, é mirar as entregas de governo e a disputa eleitoral de 2026.
Entre os nomes cotados para disputar cargos em 2026 está o da própria primeira-dama, Luana Rocha, que vem sendo preparada para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Também surge com força o nome da ex-deputada federal Jaqueline Cassol, hoje ocupando função estratégica na Casa Civil do governo. Na Assembleia Legislativa, diversos secretários estaduais também estão se articulando para entrar na corrida eleitoral.
A prioridade do grupo de Rocha, contudo, é o Senado. O governador deve deixar o cargo em 2026 para disputar a vaga, e a tranquilidade dessa transição depende diretamente da postura do vice Sérgio Gonçalves ao assumir o governo.
Enquanto isso, nos bastidores e nos palanques, o clima ainda é de incerteza. A expectativa é de que o tempo acalme os ânimos. Mas, como tudo na política, basta uma nova fagulha para reaquecer a fogueira.