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Chanceler da Argentina entrega renúncia a Milei

Werthein esteve no centro de controvérsias e questionamentos de parte do governo após o encontro do presidente argentino com Donald Trump na Casa Branca, há pouco mais de uma semana.

Por

G1

O Ministro das Relações Exteriores da Argentina, Gerardo Werthein, apresentou sua renúncia ao presidente Javier Milei.

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A saída do chanceler já vinha sendo noticiada nos últimos dias, e o anúncio veio horas depois de Milei anunciar que reorganizaria o seu gabinete após as eleições legislativas nacionais que irão ocorrer no país no domingo (26).

Werthein esteve no centro de controvérsias e questionamentos de parte do governo após o encontro do presidente argentino com Donald Trump na Casa Branca, há pouco mais de uma semana. Ele foi apontado como responsável pela declaração dada pelo presidente americano, de que o apoio ao governo argentino estava sujeito ao resultado das eleições.

Segundo o jornal “Clarín”, a Casa Rosada também sugere que o possível substituto de Werthein seria o atual Secretário de Culto, Nahuel Sotelo, que atua como um canal de comunicação entre o governo argentino e instituições religiosas.

A Argentina oficializou nesta segunda-feira (20) uma linha de financiamento de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 108,7 bilhões) com os Estados Unidos, informou o banco central local. O empréstimo será feito por meio de um acordo de swap cambial, como parte de um plano para controlar a inflação e restaurar o crescimento econômico sustentável do país.

🔎 O swap cambial é uma troca temporária de moedas entre países, usada para proporcionar maior estabilidade à economia local e reforçar as reservas internacionais (dinheiro e ativos em moeda estrangeira que os países guardam para se proteger de oscilações do dólar e fazer pagamentos ao restante do mundo).

O anúncio ocorre em meio à desvalorização do peso argentino e a poucos dias das decisivas eleições legislativas do governo Milei, marcadas para 26 de outubro.

A Argentina tem buscado apoio dos Estados Unidos para conseguir estabilizar a sua economia. Isso porque além da inflação ainda elevada e da desvalorização da moeda, o país também enfrenta uma onda de fuga de capitais e uma baixa reserva de dólares. (Entenda mais abaixo)

“O objetivo do acordo é reforçar a estabilidade macroeconômica da Argentina, com foco na preservação dos preços e na promoção de um crescimento econômico sustentável”, afirmou o Banco Central da Argentina em nota oficial.

Na prática, a ideia é que a operação de swap cambial ajude a Argentina a aumentar suas reservas em dólar sem precisar recorrer a empréstimos tradicionais. Após um prazo determinado, o país devolve a moeda recebida, com ajustes de juros ou câmbio.

Diferentemente do Brasil, a economia argentina é muito mais dependente do dólar. Décadas de crises econômicas, inflação alta e desvalorizações do peso levaram os argentinos a usar a moeda americana como forma de proteger suas economias e garantir estabilidade. Hoje, imóveis, carros e até serviços são negociados em dólar no país, e qualquer variação na cotação impacta diretamente os preços.

Os Estados Unidos também prometeram ao presidente argentino, Javier Milei, outros US$ 20 bilhões, em recursos públicos e privados, para enfrentar as turbulências do mercado — desde que ele alcance um bom resultado nas urnas. Ao todo, o socorro financeiro à Argentina soma US$ 40 bilhões (o equivalente a R$ 217,6 bilhões).

O presidente americano, Donald Trump, justificou o apoio à Argentina: “Eles não têm dinheiro (…), estão lutando para sobreviver”, declarou à imprensa no domingo.

Sob pressão de escândalos de corrupção e da desconfiança dos mercados, o governo do presidente argentino tem sofrido impasses nos últimos meses.

Em setembro, por exemplo, as eleições legislativas de Buenos Aires, a província mais populosa e politicamente influente da Argentina, acabaram em uma ampla vitória dos peronistas.

O resultado ligou o alerta para as eleições deste mês, indicando que a oposição pode ganhar mais espaço no Congresso e complicar a agenda do governo Milei na segunda metade do mandato.

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