A votação que autorizou a liberação de mais de R$ 34 bilhões para o pagamento do Bolsa Família e de benefícios previdenciários expôs uma contradição significativa na atuação do senador Marcos Rogério. Reconhecido por fazer oposição constante ao governo Lula e por criticar de forma recorrente as políticas assistencialistas da esquerda, o parlamentar surpreendeu ao registrar voto favorável ao projeto que reforça justamente o programa social que costuma atacar.
Não se trata de questionar a necessidade de financiar políticas públicas essenciais para famílias em situação de vulnerabilidade. O ponto central é outro: a distância entre o que Marcos Rogério diz e o que efetivamente faz.
Em discursos, entrevistas e publicações nas redes sociais, o senador constrói uma imagem de opositor inflexível, apresentando o Bolsa Família como símbolo daquilo que considera ser um modelo ultrapassado de dependência do Estado. Mas, na prática legislativa, foi justamente esse programa que ele ajudou a financiar com seu voto “sim”.
Ao final, a contradição fica evidente: o senador que acusa o governo de assistencialismo é o mesmo que aprova recursos bilionários para o programa que simboliza esse modelo. Um voto sem discurso, uma ação sem justificativa e uma incoerência que o próprio eleitor saberá interpretar.





















