Nos primeiros dias do Arraial Flor do Maracujá, que teve início na última sexta-feira (26), carros lotaram as duas laterais da Avenida Lauro Sodré, entre a Av. Imigrantes e o Parque dos Tanques.
Ainda é cedo para se computar o público geral nos dias de quadrilha, mas a presença maciça de moradores do centro e de diversos bairros de Porto Velho comprova: deu certo a boa vontade administrativa e o longo diálogo entre o governo, comerciantes e Federação de Quadrilhas e Bois-Bumbás de Rondônia (Federon).
No Araial Flor do Maracujá, o tabelamento favoreceu o poder aquisitivo das pessoas, que também podem usar cartões de crédito. O churrasco de picanha é vendido a R$ 30 (porção para duas pessoas) e a R$ 65 (para quatro); o espeto completo custa R$ 10, a galinha picante R$ 20, a galinha caipira R$ 35 (para duas), a cuia de tacacá R$ 13, o prato de vatapá R$ 20, o pato no tucupi R$ 35, a moqueca de dourado R$ 35 (para duas) e R$ 65 (para quatro). Preço semelhante têm a carne de sol e o filé de dourado.
Em três noites, o carrinho de pipoca e banana frita de Erlane Cristina ficou abarrotado, obrigando-a, com o marido e a cunhada, a reabastecê-lo algumas vezes para seguir vendendo pacotes de R$ 2, R$ 3 e R$ 5, conforme a vontade do freguês.
O público reunido em dois grandes corredores apreciou o espaço maior para a circulação entre barracas, arena das quadrilhas e o parque de diversões.“Estão de parabéns, ficou bem organizado”, elogiou o aposentado João Rodrigues.
“Eu fiquei surpresa, na noite de sábado teve gente que esperou mesa”, disse Eubeni Ferreira de Andrade, a Branca. “Nosso movimento foi excelente, eu saí daqui às 5h da madrugada de domingo, só parei porque não tinha mais nada”.
Há 30 anos participando do arraial, Branca elogiou o novo formato, notadamente no aspecto financeiro. Segundo ela, no ano passado pagou R$ 3,5 mil (referentes à taxa de manutenção administrativa) para instalar duas barracas, e neste ano, apenas R$ 25, preço simbólico.
A facilidade proporcionada pela Superintendência Estadual de Esporte, Cultura, Lazer e Juventude (Sejucel) tornou-se ponto de honra para os comerciantes em geral.
“Eu não ia mais participar, mas a situação melhorou muito; só tenho a agradecer, está dez”, disse Solange de Souza Lima, a Sol. Na madrugada de domingo, ela foi dormir às 3h30, satisfeita com a freguesia.
Na edição anterior ela pagou R$ 1,4 mil pelo aluguel de um espaço pequeno, 3 x 3, mas atualmente dispõe de pelo menos o triplo em área construída, por ínfimos R$ 25. “Olhe que chiqueza eu tô”, brincou.
Balcão farto com pudim, maçã do amor e milho cozido a R$ 3, e bolo de macaxeira a R$ 4, entre outros produtos, garantem o movimento. Ela montou o caixa em frente à barraca, atendendo a todos com largo sorriso e boa conversa.
Desta vez, Sol emprega três pessoas no local e outras três em casa, na preparação dos alimentos.
A 30 metros da entrada principal, a empresa cuiabana Louvada montou a barraca de chope. O produto é vendido a partir de R$ 6. Próximo à barraca do bingo, cujos prêmios correspondem à presença de pessoas, funcionam a roleta esportiva, sorvete raspadinha e carrinhos de churros, pipocas e outras guloseimas.