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Avião que caiu com Marilia Mendonça pertencia a dupla Henrique e Juliano e já havia sido alvo de denúncias; VEJA VÍDEO

O que não se sabia, até agora, é que a aeronave está no nome da dupla Henrique e Juliano.
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O avião que levava a cantora sertaneja Marília Mendonça caiu na tarde desta sexta-feira (5/11) em Piedade de Caratinga, na Região do Vale do Rio Doce. A cantora e mais quatro pessoas morreram no acidente. O Corpo de Bombeiros recebeu a chamada por volta de 15h30, para atender a ocorrência de queda de aeronave em Piedade de Caratinga em curso d’água próximo ao acesso pela BR-474. O helicóptero Arcanjo decolou do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, para atender a ocorrência.

O que não se sabia, até agora, é que a aeronave está no nome da dupla Henrique e Juliano. A apuração foi feita pela TV RECORD. Entretanto, há também um contrato de arrendamento / venda da aeronave, o que pode caracterizar que a dupla não sabia que o bem não havia sido transferido. Por outro lado, também haviam denúncias de irregularidades envolvendo a empresa PEC.

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IRREGULARIDADES NA EMPRESA

A empresa que transportava a cantora de música sertaneja Marília Mendonça foi alvo de uma denúncia anônima seis meses antes do acidente desta sexta-feira (05/11) no qual, além da cantora, outras quatro pessoas morreram.

A denúncia dizia que a aeronave operada pela PEC Táxi Aéreo tinha problemas no sistema antiembaçamento do para-brisa que dificultariam os pousos e decolagens. Não há indícios de que a falha denunciada possa ter relação com a queda.

De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o acidente aconteceu por volta das 15h30, quando o avião em que Marília e outras quatro pessoas caiu em uma área próxima a uma cachoeira na cidade de Piedade de Caratinga, no interior de Minas Gerais.

A artista havia saído de Goiânia em direção a Caratinga (MG), onde faria um show. Entre as vítimas, além de Marília, estão dois tripulantes, um tio e um produto da artista.

Em nota à BBC News Brasil, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que irá investigar as causas do acidente. Segundo o órgão, investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 3), no Rio de Janeiro (RJ), foram acionados para realizar a ação inicial do acidente.

A cantora viajava em um avião bimotor modelo Kingair C90A, prefixo PT-ONJ, que pertencia à PEC Táxi Aéreo, sediada em Goiânia.

Documentos obtidos pela BBC News Brasil mostram que, em maio deste ano, o MPF em Goiás recebeu uma denúncia sobre irregularidades supostamente cometidas pela empresa como o desrespeito à jornada de trabalho de pilotos e problemas nas instalações elétricas em aviões utilizados por ela para operar o serviço de UTI aérea.

A denúncia também afirmava que a aeronave de prefixo PT-ONJ estaria voando desde o início de 2021 com um problema que causaria o embaçamento do seu para-brisas, o que dificultaria as operações de pouso e decolagens, considerados dois dos momentos mais críticos de um voo.

No dia 14 de junho deste ano, o MPF pediu informações à Anac sobre a denúncia envolvendo a PEC Táxi Aéreo e a aeronave envolvida no acidente desta sexta-feira. No pedido, a procuradora deu 20 dias para que a agência se manifestasse sobre o caso.

No dia 12 de agosto, a procuradora da República Marianne Guimarães Mello Oliveira mandou arquivar a investigação após receber as respostas da Anac. Em seu despacho, ela reproduz trechos da resposta enviada pela agência.

Segundo o documento, a Anac disse ter sido informada que a tripulação do PT-ONJ reportou falha no sistema de aquecimento de para-brisas da aeronave no dia 24 de maio. O problema, ainda de acordo com o despacho, teria sido corrigido pela empresa no dia 31 de maio.

A Anac também informou ao MPF que o avião poderia voar mesmo sem o sistema de aquecimento dos para-brisas com base em uma análise que determina a lista de equipamentos mínimos com os quais um avião pode operar de forma segura.

“Dessa forma, vislumbra-se que as supostas irregularidades presentes na aeronave com prefixo PT-ONJ denunciadas pelo representante foram corrigidas com celeridade, não havendo omissão da Anac quanto a sua função fiscalizatória”, diz um trecho do despacho da procuradora que mandou arquivar o caso.

No despacho, não há menções às outras denúncias contra a empresa como submeter a tripulação a jornadas de trabalho irregulares.

MOTIVO DA QUEDA DO AVIÃO

Um piloto da região, Luiz Henrique, deu uma entrevista ao canal da BAND, ao jornalista José Luiz Datena e revelou o possível motivo da queda do avião. Em uma imagem divulgada, um cabo de alta tensão foi visto rompido. O piloto revelou que os cabos ficam perpendiculares à pista e que não são sinalizados com as ‘bolas amarelas ou laranjas’. Com isto, pilotos que não conhecem a região podem se acidentar. Também revelou que as hélices do avião não estavam no local do acidente. Isto pode realmente indicar a colisão do avião com os cabos.

Também afirmou que a cidade que depende da energia levada pelos cabos estava sem energia. O piloto que conhece a região ainda afirmou que o avião caiu num ângulo de 80 graus, muito íngreme.

A Cemig, que é a companhia de energia de Minas Gerais, divulgou que a aeronave bateu em uma torre. A Cemig informou, na noite desta sexta-feira (5), que o avião bimotor que transportava a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas atingiu o cabo de uma torre de distribuição da empresa em Caratinga, no Vale do Rio Doce.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais confirma que a cantora Marília Mendonça morreu após a queda de um avião na zona rural de Piedade de Caratinga na tarde desta sexta-feira (5).

A cantora Marilia Mendonça, de 26 anos, morreu, nesta sexta-feira (5/11), após sofrer um acidente aéreo nos arredores da cachoeira da Piedade, em Caratinga (MG). A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).

Veja a nota dos Bombeiros:

“O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informa que nesta sexta (5), ocorreu a queda de uma aeronave de pequeno porte, modelo Beech Aircraft, na zona rural de Piedade de Caratinga. O CBMMG confirma que a aeronave transportava a cantora Marília Mendonça e que ela está entre as vítimas fatais”.

TESTEMUNHAS REVELAM O QUE VIRAM

Nas redes sociais circula um vídeo, gravado por um celular, que mostra uma pessoa tentando se aproximar do avião que caiu com Marília Mendonça. São ouvidas vozes de duas pessoas na conversa. “Na frente tem dois mortos, todos os dois mortos?”, diz uma. Um homem, que está molhado e sem camisa, responde: “Isso, tem dois… desmaiados”. O mesmo homem tenta chegar perto dos destroços, mas não consegue ver o outro lado da aeronave. Ele escorregou no córrego e não deu mais detalhes sobre o acidente. A cantora morreu nesta sexta-feira (5), aos 26 anos.

OUTRAS Testemunhas contaram, em informações preliminares, relatadas por pilotos que sobrevoaram a região próximo ao momento do acidente e também de testemunhas, que o avião “rasgou” fios de alta tensão ligados a uma torre próxima ao local. E que, por causa disso, segundo essas testemunhas, a aeronave, que tinha dois motores, teria perdido sustentação com a colisão e também teria perdido um motor.

NA manhã deste sábado (06/11) a Rede Record também entrevistou uma senhora que disse que o avião ficou sobrevoando sua casa e ela acreditou que iria cair por ali. Na sequência ainda, ouviu um estrondo que acabou assustando a todos.

Sigilo
Horas após acidente, Anac colocou processo em sigiloso

Pouco mais de três horas após o acidente envolvendo a cantora Marília Mendonça, a Anac restringiu o acesso ao processo administrativo que tramitava na agência sobre a denúncia citando o avião em que artista viajava.

O processo, aberto em junho, estava acessível a qualquer pessoa por meio do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) da agência. Por volta das 19h, porém, a Anac mudou o status do processo para “restrito”, impossibilitando o livre acesso aos seus documentos. Agora, só pessoas autorizadas pela agência conseguem acessar o processo.

A BBC News Brasil questionou a Anac sobre o que a levou a restringir o acesso ao caso, mas ela não respondeu as perguntas sobre o assunto. Em nota, a agência se limitou a dizer que se solidariza com as vítimas do acidente e que a aeronave estava com sua situação regular.

“De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido até 01/07/2022. A empresa tinha autorização para operar táxi-aéreo”, diz um trecho da nota enviada à reportagem.

A reportagem também procurou a direção da PEC Táxi Aéreo para se pronunciar sobre o caso, mas ela não se manifestou. Em nota, a empresa disse que lamentava o acidente, que se solidarizava com a família das vítimas, que o avião estava homologado junto à ANAC e que se encontrava “aeronavegável” e que a tripulação era experiente e estava habilitada junto ao órgão.

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