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Defesa nacional terá R$ 52,8 bilhões para equipamentos e tecnologias

Até 2026, serão alocados R$ 27,8 bi por meio do PAC
Brasília (DF), 10/04/2023 - Fachada do ministério ministério da Defesa.
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O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinará um total de R$ 52,8 bilhões nos próximos anos para projetos de defesa nacional e monitoramento das fronteiras. Deste montante, R$ 27,8 bilhões serão alocados até 2026, com os restantes R$ 25 bilhões destinados para períodos posteriores.

Os investimentos planejados pelo PAC visam equipamentos aéreos, navais e terrestres, abrangendo a aquisição de aeronaves de carga, caças Gripen, helicópteros leves e médios, construção de submarinos e navios-patrulha, veículos blindados e a implantação de sistemas de controle de faixa de fronteira. Atualmente, o setor de defesa representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e sustenta aproximadamente 2,9 milhões de empregos, tanto diretos quanto indiretos.

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O valor destinado ao Eixo Defesa no âmbito do PAC é considerado adequado pelo professor José Luis da Costa Oreiro, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB). Ele ressalta a importância de investir em equipamentos militares, destacando que as Forças Armadas brasileiras enfrentam carências significativas nesse aspecto. Oreiro enfatiza que esses investimentos são cruciais não apenas para a proteção da soberania territorial brasileira e o aprimoramento das capacidades do Exército, mas também para impulsionar o desenvolvimento tecnológico na indústria de defesa, gerando empregos de qualidade.

O Exército brasileiro receberá um aporte de R$ 12,4 bilhões destinados a pesquisas, desenvolvimento e aquisição de equipamentos. Isso inclui a compra de 714 viaturas blindadas, tanto sobre rodas quanto sobre lagartas, equipadas com sistemas de armas e comunicações. Além disso, está prevista a aquisição de 10 helicópteros de uso geral e nove veículos aéreos não tripulados, bem como a modernização de seis helicópteros Pantera. Parte dos recursos será direcionada ao Programa Estratégico Astros, que visa o desenvolvimento e a implementação de mísseis táticos de cruzeiro de longo alcance.

A Marinha receberá um montante de R$ 20,6 bilhões para seis projetos, incluindo a construção do primeiro submarino nuclear do Brasil, previsto para ser concluído até 2029, bem como as infraestruturas necessárias para esse submarino. Além disso, estão previstos três submarinos convencionais de propulsão diesel-elétrica. Essas ações são consideradas cruciais para a defesa do país, especialmente dada a vasta plataforma continental do Brasil, que requer capacidades de dissuasão contra ameaças externas.

Para a Aeronáutica, estão previstos R$ 17 bilhões, incluindo a aquisição e produção de 34 aeronaves de caça multiemprego (F-39 Gripen NG) para ampliar a capacidade de defesa aeroespacial e a realização de outras missões. Além disso, estão incluídas no orçamento nove aeronaves de transporte, que serão utilizadas em missões de logística, reabastecimento, evacuação aeromédica e combate a incêndios em voo.

O PAC também alocou R$ 2,4 bilhões para projetos do Estado-Maior, como a compra de helicópteros leves e médios, que serão empregados em missões de treinamento e operações em ambientes marítimos pela Marinha.

De acordo com o professor Oreiro, além dos benefícios econômicos, o investimento na Defesa é essencial para a manutenção da soberania nacional, especialmente em um contexto global de transição geopolítica e crescente instabilidade, marcado pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos. Ter capacidade de autodefesa é visto como uma necessidade estratégica para o Brasil no cenário atual.

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