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“Ele era fã de Lázaro”, diz colega sobre caseiro que matou mulher

Wanderson Mota Protácio, 21 anos, disse a um amigo que admirava o maníaco Lázaro Barbosa, por "ter dado trabalho para a polícia"
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Dias antes de assassinar a esposa, grávida, de 19 anos, e a enteada, de 2 anos e 8 meses, em Corumbá de Goiás, Wanderson Mota Protácio, 21, teria mostrado admiração e se declarado seguidor do maníaco Lázaro Barbosa. Ele vivia com a família em uma chácara no município goiano, situado a 135 km de Brasília, e trabalhava no local como caseiro havia aproximadamente 1 mês.

O jornal conversou com um colega de Wanderson. Por questão de segurança, o nome do entrevistado será preservado. “Ele falou que era fã do Lázaro. Disse que era seguidor do Lázaro. Eu achei estranho, mas ele considerava o maníaco um herói, e que tinha dado trabalho para a polícia de Goiás”, contou.

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No entanto, ao contrário do suspeito morto durante a operação de captura, Wanderson não demonstrava conhecimentos sobre como sobreviver dentro da mata. Segundo os proprietários da chácara, Wanderson não tinha experiência, sequer, no trato com animais.

O caseiro não apresentou os documentos na hora de ser contratado para trabalhar na chácara, apesar dos pedidos constantes dos patrões. A chefia, inclusive, cogitava dispensar o homem por isso.

Wanderson dizia ter trabalhado em Olaria Santa Rita, em Vianópolis (GO), e que a documentação estava retida no estabelecimento. Além disso, andava com camisas da empresa pela chácara. Usava trajes de manga comprida, que escondiam as tatuagens que tem pelo corpo.

A chácara tem criação de gado de corte. Wanderson foi indicado aos donos do estabelecimento pela família da esposa, Raniere Aranha Figueiró. Antes havia trabalhado com tomates em Cocalzinho (GO). Ele dizia ter sido criado pela avó em Alexânia (GO) e alegava não conhecer a mãe. O pai seria do Maranhão e estaria trabalhando em uma chácara em Minas Gerais. “Era um conversador, mentiroso e vivia rindo”, resumiu um colega.

Segundo o colega, Wanderson era prestativo, agitado, elétrico. Sempre mostrava disposição para apreender os serviços do campo, como cuidar dos bezerros e ordenhar as vacas.

Inicialmente, o suspeito afirmava que ficaria pouco tempo na chácara e que iria abrir uma loja de tatuagens. Logo depois, começou a falar em fazer um empréstimo no banco para comprar uma fazenda.

A princípio, Wanderson dizia não gostar de multidões. Sempre falou que não ingeria bebida alcoólica, mas no dia crime, havia diversas latas de bebida abertas no casa onde a família do caseiro foi assassinada.

Ciúme e medo
Dias antes do crime, Wanderson aparentou ter muito ciúme da mulher. Geysa Aranha da Silva Rocha, filha de Raniere, estaria demonstrando sentir medo do padrasto. “Tinha momentos em que ele era frio. Um dia gritou com a menina. Ela estava assustadíssima. Olhava com medo”, relatou o colega.

Os corpos das duas, mãe e filha, foram encontrados na cozinha da casa. O espaço estava bastante sujo de sangue e havia pratos quebrados no chão. No quarto do casal, tinha uma mala com as roupas da mulher.

Após o assassinato de Raniere e Geysa, Wanderson furtou a arma do patrão e foi até uma chácara vizinha. Lá, matou o dono com um tiro na nuca. Logo em seguida, tentou violentar a esposa da vítima e, diante da resistência da mulher, atirou contra o ombro dela.

Wanderson roubou o carro da família e fugiu. As Forças de Segurança Pública de Goiás mobilizaram uma força-tarefa para capturar o acusado, somando 50 homens na caçada. Com uso de helicóptero, eles tentam rastrear os passos do suspeito, na região de Abadiânia.

Agressão
O suspeito de matar a própria família já havia sido preso em flagrante por tentativa de feminicídio, em 2019. Na época, ele admitiu à polícia que esfaqueou nas costas a irmã de sua madrasta e só parou de desferir os golpes porque a faca quebrou em três pedaços. A vítima tinha 18 anos.

Em interrogatório na delegacia, Wanderson afirmou que só não continuou a esfaquear Lucinelma Silva Pinheiro porque a faca quebrou, enquanto ele desferia os golpes, na casa onde moravam, em Goianápolis, a 46 km de Goiânia. Segundo o processo judicial, o crime foi praticado no dia em que a jovem fez aniversário.

Wanderson e Lucinelma, de acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), tinham parentesco por afinidade, já que o pai dele é casado com a irmã dela. Segundo a denúncia, todos viviam em uma mesma residência.

De acordo com o processo judicial, Wanderson disse que não teve motivação para praticar o crime. “Devido a seu estado, tinha o intuito apenas de matá-la, mas não havia motivo de fazer tal ato e só o fez pois havia feito uso de drogas e bebida alcoólica”, diz um trecho do documento.

Em seu interrogatório, o criminoso também disse que primeiro colocou a faca no pescoço da vítima, porém, depois de ela tentar fugir, começou a esfaqueá-la pelas costas, chegando a quebrar a faca em três pedaços.

Um adolescente sobrinho de Lucinelma, que estava no local no momento do crime, disse que Wanderson havia tentado enforcá-la para forçá-la a ir com ele até o quarto. Em seguida, segundo depoimento da testemunha, o caseiro a esfaqueou porque ela não atendeu aos pedidos dele.

Fuga
Depois da tentativa de feminicídio, Wanderson fugiu pulando diversos muros de residências na região, mas foi capturado pela polícia a algumas quadras do local do crime.

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