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Militar que confundiu vizinho negro com ladrão é indiciado por homicídio culposo – VÍDEO

Polícia entendeu que militar não teve a intenção de matar porque achou que a vítima era um bandido. Durval Filho foi baleado quando chegava no próprio condomínio; família da vítima vê 'racismo'.
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A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) indiciou o sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, preso em flagrante pela morte de seu vizinho Durval Teófilo Filho, por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.

A polícia entendeu que o militar não teve a intenção de matar porque confundiu a vítima com um bandido. Uma fiança de R$ 120 mil foi estipulada, mas até a última atualização desta reportagem não havia sido paga, e o sargento permanecia preso.

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“Segundo declaração do autor, ele atirou na vítima em reação a uma suposta tentativa de assalto, enquanto a mesma caminhava e mexia em sua mochila. Ao constatar seu erro, o acusado prestou imediato socorro a Durval, levou para um hospital, mas ele não resistiu. De acordo com a DHNSG, o autor do crime foi indiciado por homicídio culposo e permanece preso”, diz a nota da Polícia Civil.

Sargento da Marina Aurélio Alves Bezerra — Foto: Reprodução

Vídeo mostra os tiros
O RJ1 teve acesso às imagens de câmeras de segurança do condomínio em São Gonçalo onde o crime aconteceu, na noite de quarta-feira (2).

Segundo a polícia, Durval, de 38 anos, foi baleado ao ser confundido com um bandido pelo sargento da Marinha. Aurélio chegou a socorrer a vítima e foi preso em flagrante no hospital.

Durval Teófilo Filho foi morto na porta de casa — Foto: Reprodução/TV Globo

Como foi o crime
Pelas imagens, Aurélio chega de carro ao portão do condomínio. Durval, a pé, surge também na direção do portão, a alguns metros do veículo do sargento. Ele parece mexer em uma bolsa, como se procurasse algo – possivelmente a chave do portão.

O primeiro disparo é feito pelo sargento de dentro do automóvel. Aurélio salta e dá mais dois tiros. Um deles atinge a barriga de Durval, que cai. O militar, então, se aproxima.

À PM, Aurélio disse que avistou um homem se aproximando de seu veículo “muito rápido”. Ainda segundo o depoimento, Durval chegou a dizer a Aurélio que era morador do mesmo condomínio.

O militar, então, socorreu o vizinho ferido, levando-o ao Hospital Estadual Alberto Torres, onde foi preso. Durval não resistiu e morreu na unidade.

Aos PMs, Aurélio informou também que “a localidade é perigosa e costuma ter muitos assaltos”.

Aurélio fez ainda mais dois disparos contra Durval do lado de fora do carro — Foto: Reprodução/TV Globo

‘Foi racismo’, diz viúva
Luziane Teófilo, mulher de Durval, disse que escutou os tiros. Ela afirma ainda que o marido morreu porque era preto.

“A minha filha, que tem 6 anos, estava esperando por ele. Imediatamente ela olhou pela janela e disse que era o pai dela”, narrou.

Durval Teófilo Filho, morto na porta de casa por vizinho — Foto: Reprodução

Luziane foi levada ao hospital. “A médica me falou que ele tinha sido alvejado por um vizinho que o confundiu com um bandido. Isso me deixou transtornada. Eu nunca pensei que isso fosse acontecer com um vizinho nosso”, contou.

“Vendo as câmeras, ouvindo a fala do delegado e pelo que os vizinhos estão falando, tenho certeza de que isso aconteceu porque ele é preto. Mesmo eles falando que ele era morador do condomínio, o vizinho não quis saber. Para mim, foi racismo sim”, afirmou a viúva.

O caso foi comunicado à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo.

O que diz a Marinha
Em nota, a Marinha do Brasil diz que “tomou conhecimento da ocorrência envolvendo um dos seus militares, em São Gonçalo-RJ, e informa que está colaborando com os órgãos responsáveis para a elucidação do fato”.

“A MB lamenta o ocorrido e se solidariza com os familiares da vítima”, acrescenta o texto.

( CLIQUE AQUI E VEJA VÍDEO )

Durval foi morto na porta de casa, em São Gonçalo — Foto: Reprodução/TV Globo

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