O prefeito Adair Henriques (DEM), que ficou conhecido nacionalmente esta semana depois de presentear 15 netos com um carro de luxo para cada, teve dificuldade para conseguir assumir a prefeitura de Bom Jesus de Goiás, no sul goiano, município com cerca de 25 mil habitantes.
Isso aconteceu porque ele tinha uma condenação por improbidade administrativa, o que foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro da candidatura de Adair em dezembro de 2020 e ele só conseguiu assumir a prefeitura em outubro de 2021, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Adair está em seu quinto mandato como prefeito de Bom Jesus. O resultado da última eleição foi acirrado. Ele levou 50,6% dos votos e o opositor Fernando Luís (MDB) ficou 48,2%. A diferença foi de apenas 301 votos.
O prefeito é um conhecido fazendeiro da região na plantação de soja e criação de bovinos. O patrimônio dele é de mais de R$ 23 milhões. Uma das fazendas dele, no Mato Grosso, já pertenceu ao apresentador de televisão Silvio Santos.
Conforme ele conta, teve início de vida humilde e trabalhava para os outros em atividades no meio rural. Aos poucos, foi progredindo e fazendo fortuna. Hoje, aos 80 anos, se dá ao luxo de presentear filhos e netos com imóveis e objetos valiosos.
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Improbidade
Segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), o prefeito de Bom Jesus ficou quatro anos sem fazer repasses para o Instituto de Previdência Municipal de Bom Jesus, entre 2001 e 2004.
Esses repasses eram as contribuições patronais e descontos dos servidores públicos, necessários para o caixa do órgão que paga as aposentadorias.
Adair criou leis que permitiram parcelar um total de R$ 644,6 mil de repasses não feitos para a previdência, mas isso acabou gerando um prejuízo de mais de R$ 600 mil de juros e multa. O valor atualizado para 2020 com multa seria de R$ 6 milhões, segundo o MPGO.