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Adele é acusada de plagiar sucesso de Martinho da Vila

Responsável pelo caso, o advogado Fredímio Trotta diz que, em termos técnicos, 87% da produção de Adele é idêntica ou muito semelhante à de Toninho, que quer receber tudo o que a cantora lucrou com "Million Years Ago"

Autor de grandes sucessos do samba e do pagode, Toninho Geraes prepara um processo contra Adele. Ele acusa a cantora e compositora britânica de plagiar “Mulheres”, uma canção sua eternizada na voz de Martinho da Vila, em “Million Years Ago”, faixa que faz parte do álbum “25”, lançado em 2015.

Responsável pelo caso, o advogado Fredímio Trotta diz que, em termos técnicos, 87% da produção de Adele é idêntica ou muito semelhante à de Toninho, que quer receber tudo o que a cantora lucrou com “Million Years Ago”, um valor que ele próprio desconhece, além de ser creditado como autor da canção.

As análises que apontam o plágio são de autoria de três peritos musicais contratados pelo advogado, que também encomendou a produção de um arquivo em que sobrepõe “Million Years Ago” a “Mulheres” na voz da cantora Juliana Viana.

A escolha de regravar a música para produzir a sobreposição se deu porque, num arranjo de samba como o de Martinho da Vila, a percepção das semelhanças ficaria prejudicada.

O advogado recolheu ainda depoimentos em vídeo de 50 músicos brasileiros que atestam o plágio. Todo o material está sendo traduzido para ser anexado ao processo, que será protocolado na Justiça britânica no início de outubro por meio de um correspondente do escritório de Trotta em Londres.

Por não ter proximidade com a música pop, Toninho descobriu o suposto plágio somente no início do ano passado, cinco anos depois do lançamento de Adele. Quem avisou foi o tecladista Misael Hora, filho do maestro Rildo Hora, que orquestrou a composição original, também gravada por Chitãozinho & Xororó, Mart’nália e Zeca Pagodinho.

Foi então que Toninho procurou Trotta, que deu início à produção das provas e, cerca de um ano depois, em maio, encaminhou duas notificações extrajudiciais a Adele, a seu produtor, Greg Kurstin, e à sua gravadora internacional, a XL Recordings.

Ele diz que os representantes legais da artista leram os e-mails dezenas de vezes, mas não responderam, motivo pelo qual decidiu entrar na Justiça. “A gente queria manter sigilo, para preservar a reputação da Adele, mas ela se calou. Ela tem esse direito, mas é lamentável”, diz.

Trotta diz que Adele pode ter tido contato com “Mulheres” anos atrás, ao se aproximar de uma personal trainer de São Paulo em busca de emagrecimento, ou por meio de Kurstin, que, segundo o advogado, já produziu trabalhos inspirados em ritmos brasileiros como a bossa nova.

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