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Conselho comenta denúncia contra enfermeira no caso Klara Castanho

A atriz revelou que uma enfermeira haveria ameaçado a divulgação da informação sobre a entrega voluntária à adoção do bebê gestado por Klara após estupro
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O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) declarou neste domingo, 26, que vai apurar denúncia feita pela atriz Klara Castanho. Em carta, a atriz revelou que uma enfermeira haveria ameaçado a divulgação da informação sobre a entrega voluntária à adoção do bebê gestado por Klara. A atriz revelou ter sido vítima de um estupro. O Coren também manifestou solidariedade à jovem.

“Compete ao Coren-SP apurar as situações em que haja infração ética praticada por profissional de enfermagem e adotar as medidas previstas no Código de Processo Ético dos Conselhos de Enfermagem”, destacou, em nota. “O conselho seguirá os ritos e adotará os procedimentos necessários para a devida investigação, como ocorre em toda denúncia sobre o exercício profissional.”

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Já o Hospital Brasil, administrado pela Rede D’or, informou ter aberto “sindicância interna para a apuração desse fato”. A unidade de saúde destacou que “tem como princípio preservar a privacidade de seus pacientes bem como o sigilo das informações do prontuário médico” e disse se solidarizar “com a paciente e familiares”.

Rumores sobre o caso surgiram após a youtuber Antonia Fontenelle dizer em live que “uma atriz global de 21 anos teria engravidado e doado a criança para adoção”. Klara, então, decidiu publicar seu relato nas redes sociais. “Não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e um trauma que sofri.”

No texto, a atriz conta ter sido estuprada e ter engravidado, mesmo tendo tomado precauções após a violência. Meses depois, quase no término da gestação, ao passar mal, descobriu a gravidez.

“Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Não tinha ganhado peso e nem barriga. Eu ainda estava tentando juntar os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher”, escreveu.

Ela contou que o médico que a atendeu não teve “nenhuma empatia” por ela. “Esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo.”

Por não ter “condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo que ela merece ter”, Klara buscou uma advogada e tomou a decisão de entregá-la à adoção logo que nascesse. “Passei por todos os trâmites: psicóloga, ministério público, juíza, audiência – todas etapas obrigatórias. Um processo que, pela própria lei, garante sigilo para mim e para a criança.”

Porém, segundo ela, o sigilo não foi respeitado. “No dia em que a criança nasceu, eu, ainda anestesiada do pós-parto, fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: ‘Imagina se tal colunista descobre essa história’.” Ao chegar no quarto, deparou-se com mensagens do colunista, com todas as informações. Um segundo blogueiro buscou-a também dias depois.

“Apenas o fato de eles saberem, mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim e nem pela criança”, desabafou.

Com a publicação da carta, a atriz recebeu mensagens de apoio de outros artistas e internautas, que também questionaram a conduta do médico, do enfermeiro e dos colunistas.

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