Há 29 anos o projeto social Flamenguinho Fla Kids, do bairro Nacional, realiza um trabalho de inclusão e desenvolvimento esportivo com crianças carentes em Porto Velho. Ele é capitaneado por Gilberto Caetano, de 41 anos, que trabalha como treinador no mesmo período de existência da “equipe”.
Gilberto é natural de Santarém, no Pará. Chegou à Rondônia aos 10 anos de idade, mas se considera rondoniense de coração. Desde os 13, dedica a sua vida a apresentar o esporte que tanto ama para crianças dos bairros mais carentes de Porto Velho.
– Há 29 anos eu trabalho com esse projeto. Foi feito com meu pai antes dele falecer. Ele fez esse projeto que era o Flamenguinho adulto. Comecei a gostar jã aos 13 anos. Comecei a me envolver. Primeiro com um time de rua, uma competição, um torneio lá e começou a chegar criança, criança, criança. Antes ficávamos no Costa e Silva. Depois não teve mais controle viemos para o Nacional e até hoje continuo com esse trabalho. É voluntário esse trabalho de tirar essas crianças de outras atividades negativas. A gente trabalha no social aqui. Muito dessas crianças não tem uma boa alimentação, não tem calçado, criança que ainda não tem seu uniforme (…) Um pai ou outro ajuda, doa tênis também, doa chuteira. É uma dificuldade, mais a gente não perde a esperança de dias melhores – conta Gilberto.
Apesar do seu esforço, nem tudo é fácil, Gilberto enfrenta as dificuldades em conseguir alavancar o seu projeto social por falta de incentivo. É o apoio dos comerciantes dos bairros onde treina e Ongs locais que investem no projeto
Luto todo dia por elas.
— GIlberto
Sei que o Deus sempre vai abençoar a gente, como abençoou até hoje. Somos muito vitoriosos. Nós ganhamos muitos títulos, temos histórias e elas que nos faz levantar da cama e cada dia vir para treino e fazer o melhor. É difícil, porque a gente corre muito. Eu há 29 anos tento fazer melhorar nossa escolinha, uniformizá-las. Fazemos campanhas, eventos, feijoada e com apoio do comércio dos bairros. Tudo para a gente ser um projeto bem organizado. Não desistimos não. E, agora estamos finalizando um projeto junto com a SEJUCEL para apoiar e ampliar o nosso projeto. Tem gente que vem da Zona Sul, da Zona Leste e de bicicleta a tarde para treinar e a noite também – disse o treinador.
O treinador não deixa barato para os seus atletas. Gilberto quer sempre buscar o melhor das suas crianças e faz isso com muito treino
– O treino aqui é puxado. É para tenta buscar o melhor de cada um deles. Primeiro porque nós temos um padrinho que é o Júnior Lopes lá na Tailândia. Ele observa as crianças, as crianças que tem mais qualidades para fazer teste. E também a gente tem uma parceira com ao Fla Kids que é das embaixadas e consulado do Flamengo. Já tem atletas meu faz tempo, mais de quatro anos lá no Rio de Janeiro e São Paulo, já jogando pelo Carioca e pelo Paulista – revela.
Apesar de já ser veterano no mundo dos esportes, o treinador ainda tem sonhos a serem realizados no futebol: conseguir levar os seus atletas para fora do Brasil
-Tenho um sonho que eu estou já desde o ano passado. Que eu tinha dois atletas que ia mandar pro Rio para ir para Portugal, para dois clubes lá de Portugal. O meu primeiro sonho era levar atleta para fora. Já consegui no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná. Só que agora eu quero para a Europa. O custo era caro, mais eu vou conseguir ainda. Conseguir para mandar esses dois atletas para lá.
Centenas de crianças já passaram pelos ensinamentos do treinador Gilberto. Elas sonham em, um dia, jogar profissionalmente no futebol. O pequeno Ian Victor, de apenas nove anos, é um deles. Ele sonha alto: quer um dia jogar para o Paris Saint German, como o seu ídolo, Kylian Mbappé. Para isso, já começou a dar seus primeiros passos para realizar o objetivo. Em outubro, o pequeno viaja ao Rio de Janeiro para tentar entrar no sub-12 do Flamengo, e a expectativa é grande.
– Eu estou esperando que eu consiga passar no teste, que dê tudo certo, dar um futuro melhor para minha família e seguir meu sonho – finaliza.