O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) denunciou à Justiça dois suspeitos de envolvimento no ataque à sede do jornal eletrônico Rondoniaovivo, ocorrido em novembro de 2022, em Porto Velho. Os acusados são apontados como responsáveis por crimes de dano qualificado, grave ameaça e disparo de arma de fogo em via pública.
Entenda o caso
O atentado aconteceu na madrugada do dia 12 de novembro de 2022. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que um dos suspeitos atravessa a rua, portando uma arma de fogo. Após verificar os arredores, ele dispara mais de 10 vezes contra o prédio do jornal.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apontaram duas motivações principais para o crime:
- Denúncia do jornal: Uma reportagem revelou que um dos suspeitos se apresentava como policial militar e utilizava indevidamente o uniforme da corporação.
- Críticas aos protestos antidemocráticos: O jornal vinha publicando matérias que criticavam atos golpistas e extremistas realizados após as eleições presidenciais de 2022.
Em agosto de 2023, a Operação Tango foi deflagrada para cumprir mandados de busca e apreensão contra os investigados.
Ataque à liberdade de imprensa
Na denúncia protocolada na 4ª Vara Criminal da Comarca de Porto Velho, o MP-RO destacou que os atos dos suspeitos configuram uma tentativa de intimidar e silenciar o jornal, representando uma grave violação à liberdade de imprensa. Além de solicitar a condenação dos acusados à prisão, o MP pediu que eles sejam responsabilizados com o pagamento de uma indenização por danos materiais e morais ao jornal.
A denúncia foi apresentada na última sexta-feira (6), e agora cabe ao Tribunal de Justiça de Rondônia decidir sobre a condenação e a aplicação das penas.
Após o ataque, o Rondoniaovivo divulgou nota em que relata ter sido alvo de ameaças devido à cobertura jornalística dos atos antidemocráticos realizados por grupos extremistas de direita que não aceitaram os resultados das urnas. O atentado gerou ampla repercussão e levantou debates sobre os riscos enfrentados pela imprensa ao cumprir seu papel de informar a sociedade.
A decisão da Justiça é aguardada com atenção, reforçando a importância da proteção à liberdade de expressão e ao jornalismo independente.