O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituiu nesta quinta-feira (14) Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão foi tomada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que também nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor da entidade, com a missão de convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
A medida ocorre após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviar o caso de volta ao TJ-RJ para apuração urgente dos fatos relacionados à legalidade do processo eleitoral que garantiu a permanência de Ednaldo no comando da CBF. Embora Gilmar tenha negado o afastamento imediato do dirigente no último dia 7, ele autorizou a retomada da análise judicial no tribunal fluminense.
A controvérsia gira em torno de um acordo firmado no início deste ano entre cinco dirigentes da CBF para encerrar uma ação que questionava a eleição da entidade. Esse acordo permitiu a realização do pleito que manteve Ednaldo na presidência. No entanto, há suspeitas de que a assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da CBF, tenha sido falsificada no documento. Um laudo pericial indica que a rubrica atribuída a Nunes não é autêntica.
A deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e o próprio Fernando Sarney apresentaram os pedidos ao STF, alegando fraude e solicitando a saída imediata de Ednaldo Rodrigues. Embora Gilmar Mendes não tenha determinado o afastamento naquele momento, ele autorizou a continuidade das investigações no TJ-RJ.
O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro chegou a convocar o Coronel Nunes para uma audiência na última segunda-feira, mas o ex-dirigente não compareceu, sob justificativa de problemas de saúde apresentados por seu advogado. Quatro dias depois, Zéfiro decidiu pela destituição de Ednaldo.
Esta é a segunda vez que Ednaldo Rodrigues é afastado da presidência da CBF pelo TJ-RJ. Em dezembro de 2023, ele já havia sido retirado do cargo, mas retornou à função por decisão do ministro Gilmar Mendes.
Com a nova reviravolta, o comando da CBF volta a ser disputado nos bastidores do futebol brasileiro, agora sob a responsabilidade de Fernando Sarney, que terá a missão de conduzir a entidade até a escolha de um novo presidente.