PORTO VELHO (RO) – O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), vetou integralmente o Projeto de Lei aprovado pela Assembleia Legislativa que instituía o Bolsa Catador, um programa social de autoria da deputada Taíssa Souza destinado a conceder auxílio mensal aos catadores de materiais recicláveis do estado. A proposta buscava oferecer apoio financeiro a uma das categorias mais vulneráveis do setor de limpeza urbana e reciclagem.
O projeto havia sido bem recebido por organizações e lideranças ligadas ao meio ambiente e ao trabalho de reciclagem, que viam na iniciativa uma forma de reconhecimento e proteção social aos trabalhadores responsáveis pela coleta de resíduos recicláveis. No entanto, ao chegar ao Executivo, o governador Marcos Rocha decidiu barrar a matéria, alegando incompatibilidades jurídicas e orçamentárias.
Em sessão posterior, os deputados estaduais analisaram o veto e, apesar de terem aprovado o projeto anteriormente, decidiram mantê-lo, impedindo que o Bolsa Catador se tornasse lei. A decisão surpreendeu parte da base aliada da deputada Taíssa Souza, que defendia o programa como instrumento de dignidade e incentivo à formalização da atividade de coleta.
Com a manutenção do veto, Rondônia deixa de implementar um programa social voltado especificamente aos catadores, grupo que historicamente enfrenta condições precárias de trabalho, baixa renda e falta de políticas públicas contínuas. Para especialistas, a decisão representa um revés nas iniciativas de valorização da reciclagem e na construção de uma cadeia de resíduos mais sustentável no estado.
A deputada Taíssa Souza ainda não anunciou se pretende reapresentar a proposta em novo formato ou tentar incluir a pauta em outra legislação. Nos bastidores, porém, aliados afirmam que o tema deve continuar na agenda parlamentar devido à pressão social e ao apoio de cooperativas de catadores em várias regiões de Rondônia
