O caso do motorista e caminhoneiro Ezequiel Ferreira Luis, de Ji-Paraná (RO), voltou a ganhar repercussão mundial após ser incluído no documentário internacional “The Fake Judge”, produzido pelo jornalista português Sérgio Tavares. A obra, apresentada em diversos países e agora disponível no YouTube, denuncia supostas arbitrariedades cometidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos do 8 de Janeiro no Supremo Tribunal Federal.
A inclusão do caso se deve, principalmente, à atuação firme do senador rondoniense Jaime Bagattoli, que por diversas vezes levou ao Senado discursos contundentes em defesa de Ezequiel e contra o que classifica como “injustiça e abuso de autoridade”. O documentário destaca uma foto do parlamentar ao lado da esposa do caminhoneiro, Vanessa Rolim, e dos seis filhos do casal.
“Centenas de crianças estão agora órfãs de pais vivos, como os seis filhos do sr. Ezequiel, condenado a 17 anos de prisão”, narra o documentário, ilustrando a gravidade da situação e o impacto social das decisões judiciais.
Condenação severa e repercussão nacional
Ezequiel, que nunca havia respondido a qualquer processo criminal, recebeu pena considerada altíssima pelos defensores e críticos do julgamento — 17 anos de prisão, em regime fechado. O caso ganhou ainda mais visibilidade quando, em 2024, o ex-presidente Jair Bolsonaro visitou a família em Ji-Paraná, após forte debate público sobre a proporcionalidade das condenações aplicadas aos réus do 8 de Janeiro.
Segundo a defesa, o caminhoneiro não praticou qualquer ato violento e apenas entrou no Palácio para se abrigar de balas de borracha e gás lacrimogênio lançados pela polícia. A versão, porém, não foi aceita pela Justiça.
O documentário reforça que, apesar de penas semelhantes às aplicadas a grandes traficantes e criminosos perigosos, Ezequiel e outros réus não tiveram acesso a garantias como o habeas corpus, levantando discussões sobre segurança jurídica, devido processo legal e imparcialidade das decisões.
Repercussão mundial
“The Fake Judge” já foi visto por milhões de pessoas ao redor do mundo, reacendendo o debate sobre os desdobramentos do 8 de Janeiro e a atuação da Justiça brasileira. O caso de Ezequiel — um trabalhador, pai de seis filhos e sem histórico criminal — tornou-se símbolo internacional das denúncias apresentadas na produção.
O senador Jaime Bagattoli reafirma que continuará lutando pela revisão da pena e pela liberdade do caminhoneiro. Para ele, o documentário reforça a necessidade de uma análise mais justa e equilibrada dos casos julgados pelo STF.
Com ampla circulação internacional, a história do caminhoneiro de Ji-Paraná rompeu fronteiras e agora integra um dos debates jurídicos e políticos mais delicados e polarizados da atualidade.





















