Na última semana, familiares de apenados ligados a uma organização criminosa realizaram uma manifestação em frente ao Centro Político Administrativo (CPA) e ao Ministério Público do Estado de Rondônia, em Porto Velho. O grupo cobra a saída do diretor-geral da Polícia Penal, Célio Luiz de Lima, e reivindica o retorno de benefícios suspensos nos presídios da capital.
Segundo informações, as manifestações foram motivadas pela decisão da direção da Polícia Penal de proibir visitas íntimas e a entrega de alimentação diferenciada – os chamados “jumbos” – a presos do Comando Vermelho (CV) custodiados nas unidades 470, 603 e no Presídio Panda. A medida teria sido adotada após uma tentativa de fuga e ameaças de morte feitas por integrantes da facção contra diretores dos estabelecimentos prisionais.
Além dos protestos externos, internos também foram registrados: apenados se recusaram a sair das celas para banho de sol e atendimento judiciário, em sinal de insatisfação com as novas restrições.
De acordo com fontes da segurança pública, a decisão de suspender as regalias foi baseada em protocolos de segurança, visando evitar novos episódios de violência e fortalecer o controle sobre grupos criminosos dentro das unidades prisionais.
Tentativa de pressão
A movimentação de familiares e presos é vista pelas autoridades como uma tentativa de pressionar o Estado a ceder às exigências do grupo, mesmo diante de claros indícios de violação das regras penitenciárias e ameaças à ordem institucional.
O Ministério Público de Rondônia ainda não se pronunciou oficialmente sobre os protestos. Já a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) reforçou que medidas de segurança continuarão sendo adotadas sempre que houver risco à integridade de servidores ou da população.