O ex-deputado estadual de Rondônia, Jidalias dos Anjos Pinto, conhecido como Tiziu, é considerado foragido após a Polícia Federal (PF) deflagrar a operação Forja de Hefesto, que investiga um esquema de venda ilegal de cassiterita da Terra Indígena Yanomami para empresas multinacionais. O ex-parlamentar é alvo de mandado de prisão preventiva, sendo investigado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e usurpação de patrimônio da União. Tiziu seria proprietário de maquinários operando ilegalmente no território Yanomami. Nelcides de Almeida Mello e Filipe José da Silva Galvão, também envolvidos na operação, estão foragidos. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 240 milhões dos investigados.
A operação Forja de Hefesto tem como foco desarticular o esquema de financiamento e exploração de garimpo ilegal no território Yanomami. As investigações identificaram transações financeiras relacionadas à venda de cassiterita extraída ilegalmente da Terra Indígena Yanomami (TIY) para grandes empresas, incluindo multinacionais. No total, quatro mandados de prisão foram expedidos, mas apenas um foi cumprido. A Justiça Federal de Roraima determinou ainda a suspensão das atividades de uma mineradora envolvida no esquema. A operação envolveu a PF em Boa Vista, Ariquemes (RO) e Ribeirão Preto (SP).
As transações envolveram uma empresa que comprou mais de R$ 166 milhões em cassiterita de uma mineradora operando ilegalmente na TIY. A empresa compradora, atuante no ramo de fundição de minérios, não investigou a origem ilegal da cassiterita. Outros investigados são suspeitos de serem responsáveis por maquinários em garimpos ilegais dentro da Terra Yanomami e de vender a cassiterita extraída ilegalmente a intermediários que “lavravam” o minério usando empresas regulares em outros estados. A PF segue investigando o caso.
