A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (12/3) a Operação Limítrofe, com o objetivo de desarticular um grupo especializado na falsificação de documentos públicos para dar aparência de legalidade à madeira extraída ilegalmente em terra indígena de Rondônia. A ação ocorreu em Alta Floresta D’Oeste, Porto Velho e nos distritos de Vista Alegre do Abunã, Nova Califórnia e Extrema.
Durante a operação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Federal da Seção Judiciária de Rondônia. Além disso, houve a determinação judicial para o sequestro/bloqueio de mais de R$ 51 milhões. A ação simultânea contou com a participação de 44 policiais federais e resultou na apreensão de um veículo e uma arma no distrito de Nova Califórnia.
As investigações tiveram início em 2019 após denúncia anônima sobre a exploração ilegal de madeira na Terra Indígena Kaxarari, inclusive com a conivência de lideranças indígenas. Durante o trabalho de apuração, constatou-se a falsificação de diversas autorizações de extração, utilizadas para “esquentar” a madeira extraída ilegalmente.
Após perícia do local indicado nas falsas autorizações, verificou-se que se tratava de uma área de proteção ambiental localizada na Terra Indígena, onde não ocorreu a extração de madeira permitida. Isso reforçou a suspeita de que os criminosos falsificaram os documentos para legalizar a madeira ilegalmente extraída.
Os investigados responderão pelos crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra o meio ambiente e organização criminosa. As penas somadas podem ultrapassar 27 anos de prisão. A Polícia Federal reforça seu compromisso em combater atividades que atentem contra os interesses ambientais, mantendo a integridade do meio ambiente com o rigor da lei penal.