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Operação da PF combate grupo criminoso dedicado a contrabando de rondonienses para os EUA

Os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa e promoção de migração ilegal,

Cerca de 30 policiais federais cumprem seis mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Ji-Paraná, contra seis alvos, que residem em Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Vale do Paraíso e Porto Velho.

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Durante o cumprimento das cautelares, os policiais apreenderam duas armas de fogo e munições, que resultarão na prisão em flagrante de duas pessoas, sendo uma em Ouro Preto do Oeste e outra em Ji-Paraná.

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Um veículo Chevrolet Camaro, que era de propriedade de um dos investigados que reside em Ji-Paraná, e uma caminhonete Ford Ranger, que pertence a outro investigado, foram apreendidos pela PF.

As investigações tiveram início em maio deste ano, a partir da prisão em flagrante de uma rondoniense que apresentou documento falso na Delegacia de Polícia Federal em Ji-Paraná, com o objetivo de expedir passaporte de seu filho e, sem autorização do outro genitor do menor, migrar com ele ilegalmente para os EUA, valendo-se dos serviços dos denominados “coiotes”.

Instaurado o inquérito policial, as diligências investigativas apontaram a materialidade, a autoria e as circunstâncias, não só em torno da falsificação do documento apresentado, como também dos responsáveis pela promoção de migração ilegal almejada, sendo apurados vínculos de uma empresa do ramo de turismo sediada em Ji-Paraná com diversas pessoas que viajaram para o exterior e não constam com retorno ao Brasil registrado nos sistemas.

A partir de análise de dados oriundos de cooperação policial com a Homeland Security Investigations (HSI), Agência de Investigações de Segurança Interna dos EUA, foi possível estabelecer relação entre a mesma empresa investigada e aproximadamente 150 brasileiros, todos com último domicílio declarado em Rondônia, que foram detidos ao tentarem ingressar ilegalmente em solo estadunidense através da fronteira com o México, principalmente nas cidades de Yuma (Arizona), San Diego (Califórnia) e El Paso (Texas).

Patrimônio

Segundo a Polícia Federal, a viabilização da entrada ilegal de brasileiros em país estrangeiro visava à obtenção de vantagem econômica, sendo identificado no decorrer da apuração que alguns dos alvos detêm, inclusive mediante ocultação de propriedade em nome de terceiros, patrimônio totalmente incompatível com os rendimentos lícitos registrados, possivelmente resultante dos altos valores pagos aos criminosos responsáveis pela logística de entrada de brasileiros no exterior.

Os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa e promoção de migração ilegal, além de delitos de lavagem de capitais e de falsidade documental, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão, sem prejuízo de outros delitos porventura identificados a partir do cumprimento das medidas cautelares.

O nome da operação é uma referência às falsas esperanças geradas pelos criminosos naqueles que se aventuram pelos campos da migração ilegal, muitos dos quais expostos a diversos riscos à integridade física e psíquica durante a travessia e a permanência ilegal em solo estrangeiro.