FALSO
Por mais que Jair Bolsonaro se esforce para parecer um líder fiel aos seus, sua trajetória demonstra justamente o contrário. Em Rondônia, mais uma vez, o ex-presidente dá um exemplo claro de como a lealdade pesa pouco em sua balança política.
DEFENESTRADO
Mesmo após anos de apoio público, defesa incondicional e alinhamento ideológico, o governador Marcos Rocha foi ignorado por Bolsonaro, que preferiu anunciar apoio a Bruno Scheidt, Marcos Rogério e Fernando Máximo.
NEGATIVO
A decisão pegou mal entre aliados de Rocha e reforçou a impressão de que, para Bolsonaro, o interesse pessoal sempre vem em primeiro lugar. Não é a primeira vez que isso acontece — e dificilmente será a última.
SEM ESCRÚPULOS
O ex-presidente parece mais preocupado em manter influência sobre nichos e controlar palanques, mesmo que para isso precise rifar antigos companheiros de jornada.
FOI ATRÁS
Marcos Rocha, por sua vez, entendeu o recado e não ficou parado. Sem poder contar com a bênção de Bolsonaro, se movimenta com inteligência: participou da fusão entre o União Brasil e o Progressistas em Brasília, de olho na estrutura partidária e na viabilidade da candidatura ao Senado.
FUTURO
Ainda que não haja certeza sobre o controle da nova federação em Rondônia, Rocha deixou claro que parece ter projetos próprios e que está disposto a construí-los com autonomia.
ENTRAVES
Para isso, sabe que precisa superar divisões internas e fortalecer alianças. Seu vice, Sérgio Gonçalves, patina nas pesquisas e não demonstra força suficiente para ser cabeça de chapa ao governo.
ALIANÇAS
A saída pode estar na política de articulação: um realinhamento com Hildon Chaves, aconteceu com Hildon quando prefeito de Porto Velho, é uma boa alternativa, já que Chaves é um nome forte para a sucessão estadual.
DESCONECTOU
Aliás, depois de tantas juras de Rocha para Hildon, em 2022 – teve lágrimas e declarações eternas de gratidão – tem gente que não sabe ou imagina, que o governador se afastou do ex-prefeito. O motivo ? Coisas de Laurinha! Quem lembra desse bordão da novela Rainha da Sucata, sabe o que estou falando.
OUTROS NOMES
Além de Hildon, Marcos Rocha com boa articulação política tem excelentes chances de formar uma composição buscando Silvia Cristina e a família de Adailton Fúria, prefeito de Cacoal. Estratégia significativa para ampliar a base de apoio no interior e abrir portas para atrair figuras como Expedito Júnior, experiente e influente em várias regiões.
MAIS SUAVE
Esse novo grupo — coeso, pragmático e menos dependente do radicalismo bolsonarista — pode representar justamente o que Rondônia parece querer: uma direita firme, mas sensata.
NÚMEROS
As pesquisas internas indicam que há espaço para Marcos Rocha no Senado e para Hildon Chaves no governo. Enquanto isso, o bolsonarismo raiz, carregado de retórica vazia e lealdade descartável, deverá perder tração no estado.
JÁ ACONTECEU
Quem ainda duvida da diferença entre uma direita construtiva e o bolsonarismo tóxico precisa apenas revisitar o debate final entre Marcos Rocha e Marcos Rogério em 2022. Ficou claro ali quem propunha equilíbrio e quem preferia o confronto pelo confronto.
POSSIBILIDADE
Rondônia não rejeita a direita. Rejeita, isso sim, a ingratidão e o extremismo. E, nessa eleição, poderá fazer essa distinção de forma ainda mais clara.
FELIZES PARA SEMPRE
Duas freiras que abriram mão do voto de celibato, transformaram a amizade no convento e um caso de amor. Elas estavam em castidade há 5 anos.
NOIVADO
No ano passado, às escondidas, é claro, elas ficaram noivas. Francília Costa, de 29 anos, estuda publicidade e trabalha com marketing, já Luiza Silvério, de 23, estudante de psicanálise e funcionária na área administrativa.
MINAS
Ambas moram em Pouso Alegre, Minas Gerais. Agora, fora dos muros do convento, elas usam a própria história para mostrar que a igreja deve ser um espaço de acolhimento e respeito às diferenças.
RELIGIOSIDADE
Luiza e Francília seguiram os ritos tradicionais por influência das avós: catequese, primeira comunhão, crisma e missas. Na adolescência, passaram a participar de pastorais.
ENCONTRO
Em 2019, se conheceram durante um evento vocacional, em São Paulo. Mas foi só ano seguinte que a amizade teria começado.
SENTIMENTO
O sentimento amoroso teria iniciado quando elas saíram do convento em 2022, por motivos de saúde.
SUPORTE
O apoio das famílias foi essencial para que Luiza e Francília lidassem com o entendimento do próprio relacionamento amoroso. Contudo, elas também enfrentaram afastamentos e preconceitos, o que consideram a maior dificuldade da vivência LGBT.
OPINIÃO
Para muitos, um escândalo. Para outros, um ato de coragem, humanidade e verdade. O que essas duas mulheres viveram não é, nem de longe, uma exceção no ambiente monástico.
OPINIÃO 2
Relações afetivas e até amorosas existem, sim, tanto entre freiras quanto entre monges. O que muda é que, na maioria dos casos, essas relações são silenciadas, vividas na sombra, encobertas pelo medo da repressão, da hostilização e do julgamento moral — tanto da instituição quanto da sociedade.
OPINIÃO 3
A história das duas freiras apenas expõe, com franqueza, uma realidade que muitos fingem não existir. Elas não são “casos à parte”, mas sim exemplos raros de pessoas que ousaram sair da clandestinidade afetiva e buscar uma vida fora do celibato compulsório, imposta por dogmas que, para muitas e muitos, já não fazem mais sentido.
OPINIÃO 4
A sociedade ainda é conservadora em demasia, especialmente quando o assunto é o afeto entre pessoas do mesmo sexo, e mais ainda quando isso envolve figuras tradicionalmente associadas à santidade e à negação dos desejos.
OPINIÃO 5
Mas o amor — em sua forma mais pura e honesta — não respeita muros nem colunas de catecismo. Ele nasce onde há afeto, respeito e verdade, seja entre duas pessoas comuns ou entre duas freiras que decidiram romper com um sistema que exige negação como prova de fé.
OPINIÃO 6
É irônico, no entanto, que essa coragem seja tratada como escândalo, enquanto tantas relações escondidas dentro dos conventos e mosteiros continuam sendo ignoradas ou toleradas desde que não venham à tona. A verdadeira “quebra do voto” não está em amar, mas em viver na mentira e na repressão.
OPINIÃO 7
A história dessas duas mulheres não deve ser lida como traição à fé, mas como afirmação de vida.
OPINIÃO 8
Em um mundo cada vez mais plural, talvez o maior voto que podemos fazer é o da honestidade com nós mesmos. E, nesse aspecto, essas ex-freiras já estão muito mais próximas da santidade do que muitos que as julgam.
FRASE
Se não existe igualdade de virtudes, não pode existir igualdade de direitos