Uma importante vitória no Senado Federal reacende as esperanças de milhares de moradores da Região Norte em ver, finalmente, a BR 319 asfaltada e plenamente trafegável. Os senadores aprovaram, por ampla maioria, um projeto de lei que flexibiliza regras ambientais para a realização de obras de interesse nacional, o que pode destravar de vez o impasse em torno da recuperação da rodovia que liga Porto Velho a Manaus.
A proposta, que ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, busca impedir que decisões judiciais isoladas suspendam obras estruturantes com base em interpretações ambientais sem respaldo técnico ou consenso nacional. A BR 319 tem sido, há mais de 15 anos, alvo constante de liminares que interrompem ou barram o andamento de sua pavimentação, muitas vezes com base em ações movidas por ONGs ambientalistas e setores do Ministério Público.
Um dos principais defensores da proposta, o senador amazonense Plínio Valério, classificou a aprovação como uma vitória do bom senso e da população da Amazônia. Ele criticou o que chamou de excessos cometidos por militantes ambientais e ONGs internacionais que interferem no desenvolvimento da região.
A bancada de Rondônia também esteve unida em apoio à proposta. Os senadores Confúcio Moura, Marcos Rogério e Jaime Bagattoli votaram favoravelmente ao projeto, reforçando o coro por mais integração e desenvolvimento regional.
Atualmente, a BR 319 é a única via terrestre que liga Manaus ao restante do país, mas encontra-se em condições precárias, especialmente nos trechos centrais. Caso a pavimentação seja finalmente autorizada e executada, a rodovia poderá unir dois importantes centros urbanos, Porto Velho e Manaus, cujas populações somadas ultrapassam três milhões de habitantes. A expectativa é de que a obra impulsione o comércio, o turismo, a segurança e a logística de abastecimento na Amazônia Ocidental.
A proposta enfrenta resistência de setores ligados ao Ministério do Meio Ambiente, atualmente comandado por Marina Silva, e de ONGs que alegam riscos ambientais à floresta amazônica. No entanto, os defensores do projeto garantem que o asfaltamento poderá ser feito com os devidos cuidados ecológicos e rigor técnico, respeitando as exigências sustentáveis.
Com a aprovação no Senado, resta agora a expectativa de que a Câmara mantenha o texto e viabilize, enfim, a execução de uma obra considerada fundamental para a integração e o desenvolvimento da Amazônia brasileira.