POLARIZAÇÃO
A eleição deste ano não pode ser vista sem que seja analisada a polarização política demográfica com base na opinião pública em relação às questões políticas agrupadas na dimensão moral e dimensão econômica.
VOTO
Também é preciso investigar como as questões políticas e pessoais influenciam a decisão do voto. Várias pesquisas já mostraram algum grau de polarização política para os grupos de renda, idade, sexo e região.
DIVISÃO
Além disso, a decisão do voto sofre influência das questões políticas. O Brasil está dividido e deve continuar assim por um bom tempo. Diariamente vejo isso no programa News 5.1, Rema TV, canal 5.1 em TV aberta.
PLEITOS
As últimas eleições presidenciais e estaduais revelaram os conflitos políticos de gênero e de renda, e ratificaram a diferença regional de voto e o papel dos líderes evangélicos.
TENDÊNCIA
A agenda de costume, durante o ciclo eleitoral, foi aprofundada e amplificada, revelando as diferenças de opiniões entre candidatos. Isso foi observado na Europa, América Latina e nos Estados Unidos, desde o momento em que políticos de direita e extrema-direita assumiram o poder depois de décadas de governos mais à esquerda.
SE DESTACARAM
Temas como casamento homossexual, porte de arma, legalização do aborto e preservação ambiental ganharam grande destaque no meio político e na sociedade.
NÃO É NOVIDADE
Contudo, essa narrativa do “nós contra eles” não começou agora e, da mesma forma, a pauta de costume sempre esteve presente nas discussões políticas, porém com menos nitidez e ênfase.
ENTENDIMENTO
Nesse contexto, cabe investigar a evolução da polarização política no Brasil, cobrindo todo o período democrático recente do país, e a influência desse fenômeno para a decisão do voto.
ENTENDIMENTO 2
É sabido que a polarização política demográfica no Brasil é fraca no geral; no entanto, há algum grau de polarização política entre os grupos de renda,sexo, idade e região.
MUNDO
Uma rica literatura está emergindo no Brasil para explicar a polarização política, influenciada por uma literatura internacional sobre os sentimentos de rivalidade entre grupos e o ressentimento cultural e racial após mudanças progressistas.
EMOCIONAL
Essa literatura internacional defende em comum que a polarização é mais afetiva do que ideológica por reforçar ressentimentos contra as minorias e também contribui para o aumento do partidarismo negativo.
CONSTATAÇÃO
Em linha com essa tese, pesquisas recentes têm documentado a existência da polarização afetiva no Brasil, motivada principalmente pela divisão entre petismo e antipetismo.
CONSTATAÇÃO 2
Outros estudos recentes confirmam que o brasileiro não está ideologicamente polarizado, mas sim que o comportamento é ajustado por um tipo de ressentimento social com base na rejeição às minorias que alimenta o antipetismo.
CONSTATAÇÃO 3
Esses conflitos políticos são sustentados também pelo apoio de uma parcela de eleitores com inclinações antidemocráticas que se alinhou e votou em Bolsonaro em 2018. Esses estudos reforçam a ideia central de que a polarização no Brasil é afetiva.
CONSTATAÇÃO 4
Nesse sentido, essa hipótese testa a tese norte-americana de guerra cultural. Cidadãos norte-americanos estão mais preocupados e cientes acerca das questões morais do que aos problemas relacionados à economia, como distribuição de renda e impostos.
CONSTATAÇÃO 5
Outros pesquisadores apontam evidências de que a guerra cultural produz conflitos partidários e clivagens sociais, sendo a religião um fator determinante para o aumento da divisão política.
DÚVIDA
Contudo, esse assunto está longe de ser consensual. Outro grupo de pesquisadores considera a guerra cultural um mito porque as pessoas são altamente centristas e, além disso, as questões morais não ofuscaram as questões econômicas.
QUESTÕES MORAIS
Especialistas explicam o voto principalmente através do partidarismo, da situação econômica e da ideologia ou ainda por razões tipicamente clientelísticas ou pelo carisma dos candidatos, assumindo que o voto não recebe influência dos temas políticos.
LOCAL
Os temas econômicos importam para a decisão do voto e, mais recentemente, os temas da agenda moral ganharam relevância para o eleitorado. Ou seja, os eleitores decidem o voto com base nos temas econômicos e morais.
TENDÊNCIA
No caso de Rondônia, pesa muito na escolha opiniões dos candidatos sobre pautas voltadas ao aborto, adoção de criança por casal gay, a descriminalização das drogas e as cotas raciais.
EXTREMOS
Fica muito claro, por exemplo, que apoiadores do porte de arma terão votos de direita, enquanto eleitores que defendem direitos à comunidade LGBT, por exemplo, serão a opção de esquerdistas.
OPINIÃO
Realmente é uma incógnita saber como esses temas serão tratados nos debates, mas é claro que discurso de momento, dificilmente conseguirá mudar o comportamento do eleitor da capital e dos demais municípios de Rondônia