A decisão do Tribunal de Justiça de manter a inelegibilidade de Ivo Cassol, ex-governador de Rondônia, por mais oito anos, vem gerando uma onda de reestruturação entre os partidos no estado. Com a decisão, que também aplica multas, perda de direitos políticos, e proibição de contratação e benefícios com o poder público, Rondônia se vê diante de uma nova configuração política que deve moldar o cenário até as próximas eleições de 2026.
Cassol, após ser informado sobre a decisão, viajou à Europa e, desde então, tem sido aconselhado por aliados a se afastar da vida política. O cenário é ainda mais delicado, já que o Tribunal de Justiça tem outro processo em andamento contra ele, em moldes semelhantes, o que reforça a possibilidade de novas sanções.
Com a ausência de Cassol, os partidos devem reavaliar suas alianças para fortalecer seus grupos políticos em um estado agora desprovido de um de seus líderes mais emblemáticos. A recente disputa municipal revela uma nova distribuição de forças, com União Brasil conquistando 16 prefeituras e o PL 12, seguidos pelo PSD com sete prefeitos. União Brasil e PL, no entanto, têm histórico de rivalidade e é improvável que caminhem juntos. Em contraste, há uma inclinação para a formação de uma aliança entre o Podemos e o PSD, que venceram em importantes colégios eleitorais como Porto Velho, Cacoal e Vilhena.
Além desses partidos, outras legendas que não elegeram tantos prefeitos também carregam influência, como o PDT, com o ex-senador Acir Gurgacz, o PSDB do ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, o PP de Silvia Cristina e o PRTB do deputado Marcelo Cruz. A expectativa é que o alinhamento entre esses partidos e lideranças possa definir o novo cenário político do estado, possivelmente apontando um novo grupo de coalizão que se tornará protagonista nas eleições de 2026.
Outro ponto que desperta atenção é o destino do deputado federal Fernando Máximo, cujo futuro partidário segue em aberto. Antes do segundo turno das eleições municipais, Máximo tinha praticamente definida sua ida para o PL. Contudo, com a mudança no tabuleiro político e as novas alianças, seu posicionamento partidário pode mudar. A escolha de Máximo por um partido será um indicativo da força que pretende adotar nos próximos anos e poderá influenciar o rumo de outras alianças regionais.
Diante de uma segunda ação judicial que ameaça ampliar ainda mais a sua inelegibilidade, Cassol já demonstra relutância em investir na sua base política. Conhecido por seu estilo reservado quanto a gastos, o ex-governador estaria considerando as recomendações de aliados para abandonar de vez a política, especialmente por não haver garantias de elegibilidade até a próxima década.
A ausência de Cassol abre espaço para o surgimento de novas lideranças e amplia o interesse de figuras políticas em disputar o governo estadual. Agora, a possibilidade de uma nova coalizão e a formação de blocos de oposição devem estimular alianças que, até então, pareciam improváveis. Com um estado politicamente dinâmico e em plena reconfiguração, os próximos anos prometem ser de intensa movimentação e rearranjos, que certamente determinarão os protagonistas de 2026.