Os números da população de Rondônia não batem, e a confusão entre dados do IBGE, do TSE e as declarações do senador Confúcio Moura (MDB) levanta dúvidas sobre qual estatística reflete a realidade do Estado. O parlamentar afirmou recentemente que houve um “esvaziamento populacional” de 300 mil pessoas, reduzindo a população de quase 1,8 milhão para 1,5 milhão. No entanto, essa informação diverge do último Censo do IBGE (2024), que registrou exatamente 1.581.196 habitantes.
A divergência entre os números
Os dados do TSE também entram na equação e deixam o cenário ainda mais complicado. Em 2023, Rondônia tinha 1.266.546 eleitores cadastrados. Isso significa que, considerando o total da população apontado pelo IBGE, 80,1% dos rondonienses estão aptos a votar. O problema é que esse percentual está acima da média nacional, onde 72,2% da população está registrada como eleitora (214 milhões de habitantes para 155 milhões de eleitores).
Se o número do TSE estiver correto, o Estado teria apenas 314.650 pessoas incapazes de votar, incluindo bebês, crianças e adolescentes menores de 16 anos. Esse dado levanta questionamentos sobre o real tamanho da população de Rondônia, já que o percentual de eleitores em relação ao total de habitantes deveria ser menor.
O que explicaria essa diferença?
Caso os números do senador Confúcio Moura estejam corretos, o Estado realmente teria perdido 300 mil habitantes, uma redução de aproximadamente 20% da população. No entanto, não há registros oficiais ou indícios concretos dessa migração em massa. Rondônia, inclusive, tem apresentado crescimento econômico e geração de empregos, o que não justificaria um êxodo tão significativo.
Já a diferença entre os dados do TSE e IBGE pode estar ligada a diversos fatores, como cadastros desatualizados, mudanças na metodologia do Censo ou mesmo um número maior de eleitores com registros irregulares.
Mistério a ser resolvido
Diante desse impasse estatístico, a pergunta que fica é: quem está certo e quem está errado? As discrepâncias nos dados oficiais tornam difícil chegar a uma resposta definitiva. O que se sabe é que os números precisam ser mais bem esclarecidos, seja pelo IBGE, pelo TSE ou mesmo pelo próprio senador Confúcio Moura, que pode ter baseado suas declarações em estimativas que não refletem a realidade do Estado.