O deputado federal José Lebrão (União Brasil-RO) voltou a chamar atenção, não por sua atuação parlamentar, mas pelos altos gastos públicos registrados no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados. Em maio de 2025, Lebrão liderou os gastos com “divulgação da atividade parlamentar” entre os parlamentares rondonienses, destinando R$ 47.480,00 apenas para esse fim. O valor representa mais de 75% de suas despesas totais no mês, que somaram R$ 61.819,38.
Apesar do investimento expressivo, o retorno em visibilidade tem sido quase nulo. Comparado aos colegas da bancada federal de Rondônia, Lebrão é um dos menos presentes nas mídias locais, nas redes sociais e em debates públicos de relevância para o estado. Enquanto outros parlamentares buscam espaço em entrevistas, audiências públicas e visitas aos municípios, o deputado mantém uma atuação discreta, praticamente invisível fora do ambiente legislativo.
Além dos gastos com divulgação, o parlamentar também teve despesas consideráveis com combustíveis e lubrificantes (R$ 7.860,00), passagens aéreas (R$ 5.587,49) e hospedagem (R$ 345,00), indicando uma rotina de deslocamentos. No entanto, sua agenda oficial segue pouco divulgada e raramente apresenta ações de impacto direto à população.
Para muitos, José Lebrão representa hoje o exemplo clássico do político que investe pesado na promoção de sua imagem, mas entrega pouco em termos de presença pública e representatividade. Entre os oito deputados federais de Rondônia, ele é atualmente um dos menos ativos em articulações políticas visíveis, projetos relevantes ou defesa firme de pautas regionais.
A situação levanta um debate importante sobre o uso dos recursos públicos: até que ponto vale gastar tanto em divulgação se o conteúdo, a atuação e o engajamento com a população não acompanham esse investimento? No caso de Lebrão, o alto custo para o contribuinte parece não se traduzir em resultados práticos ou reconhecimento político.
